
A integração perfeita com a paisagem tornou-se, para muitos gabinetes de arquitetura e clientes, uma forma de estar. Para isso, procuram criar espaços o mais naturais e integrados possível com a natureza envolvente, fundindo-se com ela. Em muitas ocasiões, esta "camuflagem" encontra-se em florestas densas ou paisagens agrestes, mas também existem exemplos notáveis junto à costa.
É o caso do Blue Insight Cave Space, uma estrutura localizada num pequeno promontório que parece emergir das entranhas da costa rochosa de Fujian, na China. O espaço é uma plataforma de observação e um local para eventos que redefine a relação existente entre arquitetura e natureza.

Uma caverna fundida na paisagem
Situado na cidade costeira de Ningde, o edifício foi concebido pelo estúdio 3andwich Design como uma homenagem às formações rochosas marcadas pela erosão do mar que caracterizam a zona. A sua forma angular, construída em betão pigmentado em tons castanhos, contrasta com interiores suaves e orgânicos que evocam o interior de uma caverna.
"O design procura que o edifício se misture perfeitamente com o ambiente do local e encarne três palavras: precipício, ocultação e integração", explicou o estúdio.

A cobertura vegetal que coroa a estrutura funciona tanto de forma estética como como prolongamento do terreno, camuflando o edifício à distância. Dela, os visitantes podem desfrutar de vistas panorâmicas sobre o mar e a ilha Bijia, graças a dois miradouros que sobressaem subtilmente do volume principal.
O acesso faz-se através de um túnel abobadado que desce para o interior do edifício, onde as paredes e os tetos em betão texturizado recriam a sensação de estar dentro de uma caverna. "O interior do edifício é composto por múltiplos espaços interligados em forma de ‘caverna’, inspirados nas formações costeiras erodidas pelo mar", acrescentou o estúdio.

Um refúgio cultural diante do oceano
Para além da sua impressionante presença visual, o Blue Insight Cave Space cumpre uma função prática como centro de visitantes e espaço para eventos. No seu interior encontram-se zonas de arrumação, escritórios, casas de banho e uma galeria multifuncional que se abre para o mar através de uma parede totalmente envidraçada.
"A fachada leste, orientada para o mar, é feita de vidro do chão ao teto, e o céu, o mar e as ilhas distantes são ‘absorvidos’ pelo interior do edifício", explicou o arquiteto.
Um terraço exterior prolonga este espaço em direção ao oceano, parcialmente protegido pela cobertura e delimitado por uma guarda de vidro que minimiza a obstrução visual. A norte, um caminho liga este terraço a outro miradouro próximo, estando prevista a construção de uma passagem que permitirá aos visitantes aproximar-se ainda mais das grutas naturais da costa.

O projeto destaca não apenas pelo seu design, mas também pela sua filosofia: ocultar-se em vez de impor-se, integrar-se em vez de dominar. "Ocultação significa esconder-se no solo, aparecer com humildade, não perturbar o ambiente e não fazer barulho", afirmam no estúdio.


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