Objetivo da Companhia das Lezírias é converter casas rurais, armazéns e estruturas antigas em espaços habitacionais.
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Companhia das Lezírias
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A Companhia das Lezírias, a maior exploração agropecuária e florestal do país, quer dar nova utilidade a parte do património edificado que se encontra devoluto ou subutilizado. A intenção passa por transformar casas, armazéns e estruturas antigas em espaços habitacionais, contribuindo para aumentar a oferta de alojamento para jovens e trabalhadores, ao mesmo tempo que reforça receitas próprias. A empresa, detida a 100% pelo Estado, não recebe verbas do Orçamento e tem vindo a apresentar lucros consecutivos ao longo da última década.

De acordo com declarações do presidente da empresa ao Jornal de Negócios, Eduardo Oliveira e Sousa considera que existe “muito património edificado […] que ou tem uma utilização insuficiente, ou não tem nenhuma de todo” lê-se na publicação. A solução poderá passar pelo lançamento de um concurso de ideias capaz de “dar outro tipo de valor” a imóveis cujo aproveitamento atual é reduzido. O mesmo responsável admite que este processo poderá também ajudar a mitigar o problema da habitação: “Podemos inclusivamente ajudar num problema que o país tem: o problema da habitação”, defende.

A estratégia envolve transformar parte dos edifícios em habitação para trabalhadores – um modelo que já existe, embora de forma limitada – e eventualmente colocá-los no mercado. Para Eduardo Oliveira e Sousa, trata-se de “ir rentabilizar património que está fora da atividade agrícola, mas que pertence à Companhia e que pode engrossar os proveitos”. O responsável sublinha, contudo, que será necessário um levantamento rigoroso do património, algo que ainda não está concluído, e que a “fase seguinte será expor este assunto ao Governo”.

A companhia opera cerca de 18 mil hectares, conciliando agricultura, floresta e pecuária extensiva, mas acumula também responsabilidades que têm impacto na sua conta de resultados. Desde 2013, gere a Coudelaria de Alter, dedicada à preservação do cavalo puro-sangue lusitano, o que representa custos significativos. “Alter puxa as contas da companhia para baixo em cerca de 1 milhão de euros”, afirma o presidente, que defende uma compensação financeira pelo serviço público prestado.

Com quase dois séculos de história e nacionalizada após o 25 de Abril, a Companhia das Lezírias é hoje considerada uma empresa estratégica pelo Governo, ao lado de entidades como a Caixa Geral de Depósitos e a RTP, o que afasta qualquer cenário de privatização. Agora, com margem para investimento reforçada e uma visão de longo prazo que pretende consolidar, a empresa acredita que o seu património pode desempenhar um papel útil num dos desafios mais urgentes do país: a crise da habitação.

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