Preços das casas: há “um natural risco de correção”, alerta Montepio

Um dos capítulos que os bancos têm de inscrever nos relatórios e contas que apresentam está relacionado com os “riscos e incertezas”, que abrangem, por exemplo, geopolítica, Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Inteligência Artificial (IA), mercado de trabalho e… preços da habitação. Sobre este tema, o banco Montepio deixa um alerta: “A situação do mercado imobiliário continua a constituir um risco para a atividade económica e o sistema financeiro, persistindo indícios de sobrevalorização do imobiliário residencial em Portugal desde 2019 e o natural risco de correção”.

Segundo o Público, que se apoia no relatório e contas semestral que o banco publicou no verão, um dos riscos identificados a nível nacional é “a sustentabilidade dos preços no mercado da habitação, que mais do que duplicaram nos últimos dez anos”.

Um tema, de resto, que também gera apreensão no BCP, que no seu relatório menciona a “incerteza sobre a evolução dos preços de venda no mercado imobiliário”. O banco considera, no entanto, que o risco está, neste momento, num nível inferior a outros, como o risco ligado ao enquadramento geopolítico.

No que diz respeito ao crédito habitação, que está de certa forma a impulsionar o negócio da compra e venda de casas, nomeadamente na sequência das iniciativas do Governo de apoio aos jovens até 35 anos – como a isenção de IMT e a garantia pública do Estado –, o banco Montepio considera que os preços da habitação têm crescido pela “subida do rendimento disponível, pela procura de estrangeiros residentes e não residentes, pelo aumento dos custos de construção e por um ajustamento lento da oferta”. Mas deixa um alerta: “Permanece incerta a evolução da performance dos créditos para compra de habitação e das imparidades para crédito num cenário de degradação económica e de maior nível de desemprego”.