
Os preços das casas nas ilhas Baleares, em Espanha, estão a escalar. Tanto que o preço do metro quadrado (m2) nesta comunidade autónoma chegou aos 3.706 euros em 2022 (+10,5% que em 2021), um valor acima do registado na Comunidade de Madrid (3.122 euros/m2) e na Catalunha (2.333 euros /m2), mostram os dados do idealista. Foi por isso mesmo que o Governo das Baleares criou uma comissão para estudar a proibição da compra de casas por cidadãos, estrangeiros ou não, que vivam nesta comunidade autónoma há menos de cinco anos.
A coligação partidária do PSOE, Podemos e Més vê no Canadá um exemplo a seguir para travar a especulação dos preços das casas nas ilhas Baleares. Depois de ver os preços das habitações subirem 44% em menos de dois anos, o Governo canadiano decidiu impedir os estrangeiros não residentes de comprar casa no país a partir do dia 1 de janeiro de 2023. Mas também foi alvo de duras críticas por alguns setores, que afirmavam que menos de 1% das casas foram adquiridas por esse tipo de comprador.
Na União Europeia (UE), há países como a Dinamarca e Malta que exigem um número mínimo de anos de residência nos países, sejam residentes ou não, para adquirir uma casa. Fora da UE, a Austrália e a Nova Zelândia também já colocaram restrições à compra de casas por estrangeiros não residentes.
Há quem afirme que o aumento dos preços das casas nas ilhas Baleares se deve ao facto de haver falta de oferta para a tamanha procura. Um deles é o ex-diretor geral de Habitação das Ilhas Baleares, Eduardo Robsy, que garante que o aumento dos preços da habitação se deve ao aumento da população em geral, que fez disparar a procura e, portanto, deu gás ao aumento dos preços, dada a falta de oferta, disse ao jornal El País. Os dados do espanhol Instituto Nacional de Estadística (INE) confirmam esta versão, estimando que as Baleares vão ser a comunidade autónoma que mais vai crescer em termos relativos nos próximos 15 anos (+25%). Em resultado, Espanha ganhará mais de quatro milhões de habitantes.
Também a Associação Imobiliária Nacional e Internacional das Baleares (ABINI) estima que o grande problema é mesmo a falta de oferta de casas, indicando que esta comunidade autónoma espanhola precisa de mais 16.000 novas casas no mercado.
Estrangeiros compram mais casas do que nunca em Espanha – preços batem recordes
Em Espanha, o número de casas vendidas bateu um recorde em 2022. E o preço médio por m2 dos imóveis transacionados também atingiu o valor mais alto desde que há dados disponíveis. No setor de luxo, a procura externa cresceu mais do que a nacional.
Os notários registaram 72.987 transações de casas em Espanha por parte de compradores estrangeiros no primeiro semestre do ano, o valor mais alto da série iniciada em 2007. De notar ainda que essas operações representaram cerca de 20,3% do total registado no país, igualando o recorde observado no segundo semestre de 2015. O preço médio que os estrangeiros pagaram pela compra das casas também registou um máximo.
Esta tendência continuou no terceiro trimestre de 2022. Segundo o Colégio dos Registradores, entre junho e setembro, os estrangeiros adquiriram 26.728 casas em Espanha, o que representa 15,92% do total das vendas registadas e um novo recorde na série histórica desta entidade, tanto em volume como em peso no total das operações. Os números mostram uma clara e consolidada tendência ascendente e, sobretudo, evidenciam a força da venda de casas no país.
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