A compra de habitação em dinheiro tornou-se a principal tendência nas transações num mercado residencial como o de Manhattan (Nova Iorque). De acordo com dados da Miller Samuel e Douglas Elliman, há cada vez mais pessoas a comprar casas a pronto do que em qualquer outro momento da história recente, aproveitando os negócios que podem ser feitos num mercado em queda.
Neste famoso bairro da maior cidade dos EUA, o preço das casas registou uma queda de 9,7% em relação ao ano anterior no primeiro trimestre, enquanto as compras diminuíram 38%, segundo dados conjuntos destas empresas. O estudo também afirma que cerca de 57% das compras de casa foram feitas diretamente em dinheiro, sem crédito habitação envolvido.
O diferente nível de custo das transações mostra, segundo o estudo, que não são apenas os grandes investidores que estão a gastar o seu dinheiro em casas em Manhattan. Muitos compradores estão a abandonar as hipotecas, pois os custos dos empréstimos giram em torno do dobro, relativamente aos seus níveis no início de 2022.
“O dinheiro tende a ser rei quando o mercado está meio parado”, refere Frances Katzen, consultora de imóveis da Douglas Elliman que vende em Manhattan e nos Hamptons. Já no primeiro trimestre de 2021, quando as taxas de juro estiveram próximas dos mínimos históricos, as compras a dinheiro representaram 39% do total das operações.
No geral, os pedidos de crédito habitação nos EUA diminuíram desde o início de 2022, à medida que os custos dos empréstimos aumentaram.
E os compradores a dinheiro vêm de todas as esferas: pais a comprarem para os filhos; executivos de finanças e tecnologia ou aposentados a reduzirem o tamanho das suas casas; ainda que sejam mais comuns nas faixas superiores do mercado.
Para casas com preços abaixo de 500.000 dólares, metade das transações foram em dinheiro. Na faixa entre 3 e 5 milhões de dólares, quase 80% das compras no primeiro trimestre foram feitas a pronto, segundo o estudo da Miller Samuel e Douglas Elliman. Nas transações acima de 5 milhões de dólares, chegou a 76% das operações.
Na maioria dos casos, os compradores a dinheiro acabaram de vender outra propriedade.
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