Antigo aeroporto de Hong Kong é lar de casas com preços em queda

O Aeroporto de Kai Tak, em Hong Kong, foi durante anos o ponto de chegada e de partida de famílias, turistas e investidores. Mas deixou de funcionar há cerca de 30 anos, dando lugar a condomínios residenciais, lojas de luxo e espaços públicos. Acontece que, com o preço das casas em queda em Hong Kong, muitos dos proprietários das casas em Kai Tak estão a dever mais dinheiro aos bancos do que conseguiriam angariar se vendessem as propriedades neste momento.

A zona da Kai Tak, onde um dia funcionou o aeroporto internacional de Hong Kong, foi uma das moradas mais procuradas na cidade nas últimas décadas, até porque aqui foram construídas mais de 14.000 casas de luxo, escreve a Bloomberg.

Mas a queda dos preços das casas em Hong Kong também se tem feito sentir nesta zona. Em julho, foram colocados no mercado apartamentos por 17.000 dólares de Hong Kong por pé quadrado (cerca de 2.000 euros), o menor preço registado nesta zona desde 2016.

É neste contexto que há cada vez mais proprietários de imóveis em Kai Tak que tem créditos da casa “submersos”, isto é, deve mais dinheiro ao banco do que conseguiriam obter se vendessem as habitações (com desconto). Isto deve-se ao facto da maior parte das casas terem sido compradas há relativamente pouco tempo, indica o mesmo meio.

A par de tudo isto, também há outras construções em Kai Tak que estão a demorar a ver a luz do dia, como é o caso do Kai Tak Sports Park (que inclui um estádio) e da ligação ferroviária alternativa ao metro.

A crise imobiliária em Hong Kong – marcada pela queda dos preços das casas – tem aumentando a quantidade de créditos habitação “submersos”, sendo já cerca de 30.000. Mas estes casos representam, para já, uma ameaça limitada ao sistema bancário, uma vez que o incumprimento aumentou apenas para 0,11% no final de junho, estando bem abaixo dos 1,42% registados em 2001, quando o mercado imobiliário ainda estava a recuperar da crise financeira.