
Há cerca de duas décadas às voltas com o projeto no centro do Porto, o El Corte Inglés decidiu agora pagar mais e construir menos para conseguir viabilizar a obra na zona da Boavista. E a empresa espanhola está convencida que, desta forma, estão reunidas todas as condições para o projeto sair do papel. Já avançou com o pedido de licenciamento na Câmara Municipal do Porto e está prestes a abrir um concurso para o projeto de arquitetura do centro comercial que espera poder começar a construir brevemente.
“De tudo o que temos em cima da mesa a nível corporativo, incluindo Espanha, o projeto mais importante é o da Boavista", assume o diretor-geral do El Corte Inglés em Portugal. Em declaraões ao Expresso, Enrique Hidalgo, revela ainda que “estamos a abrir um concurso entre os estúdios de arquitetura portugueses para fazer um desenho bonito do edifício e o desenvolvimento da oferta comercial”.
O projeto vai nascer num terreno, que pertence à Infraestruturas de Portugal (IP) mas cujos direitos de superfície foram cedidos ao grupo espanhol por cerca de 20 milhões de euros, já pagos. Só que entretanto houve a reavaliação do terreno e alterações ao projeto.
Para finalmente poder avançar, o El Corte Inglés diz que aceitou pagar mais e cedeu três partes do terreno: uma a favor da Câmara do Porto, para um parque verde, outra para a própria IP e outra ainda para o Metro do Porto, onde será construída a sua sede. “Vamos pagar mais, isso já está certo. O processo de fixação do preço definitivo está concluído”, informa o diretor-geral em Portugal.
Projeto do El Corte Inglés na Boavista contempla loja comercial, hotel e zona residencial

Alvo de forte oposição política e cívica, o projeto imobiliário do El Corte Inlgés para o Porto - que inclui também uma unidade hoteleira e uma parte residencial - tem agora tudo para avançar, segundo o mesmo responsável. “A 26 de setembro demos um passo de gigante porque consolidámos o PIP inicial, que tinha sido aprovado um ano antes na câmara. Não se pode dizer que o projeto seja já irreversível, mas há uma altíssima probabilidade de o conseguirmos levar a cabo.”
Caso o projeto seja vetado, está prevista uma indemnização a favor dos investidores: “Sim, no contrato está estipulado que têm de nos dar o dobro do que pagámos. A única possibilidade de não recuperarmos nada era se fôssemos nós a abandonar o projeto. Mas não queremos o dinheiro, queremos é fazer o projeto”, esclarece o gestor ao semanário.
Sobre o projeto do El Corte Inglés em Carcavelos, em Cascais, cujo terreno foi comprado há cerca de 15 anos, o responsável indica que “aspetos técnicos pendentes”, pois “há que resolver a distribuição de trânsito, as entradas e as saídas para esse espaço. E estamos em vias de resolver com as autoridades uma parte relacionada com uma ribeira que atravessa o terreno”.
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