Retail parks em Portugal: 5 imóveis foram vendidos a fundo suíço

O imobiliário comercial retalhista volta a dar que falar em Portugal. Antes da pandemia, Mitiska REIM comprou cinco retail parks portugueses. E agora, cerca de cinco anos depois, a investidora belga decidiu vendê-los a um novo fundo detido pelos suíços da Partners Group, juntamente com outros cinco retail parks situados na Bélgica. O valor do negócio não foi revelado.

“A Mitiska REIM, investidora especializada em imóveis comerciais na Europa, anunciou a venda de cinco retail parks belgas e cinco portugueses à First Retail Partners, um fundo recém-criado e detido pelo Partners Group, uma empresa global focada em ‘venture capital’”, lê-se em comunicado publicado na página da investidora no passado dia 27 de dezembro.

Em Portugal, os cinco retail parks que mudaram de mãos representam uma área bruta locável 105.500m2 e foram adquiridos pela Mitiska REIM entre 2017 e 2019, antes da pandemia. Estes são, em concretos, os retail parks agora vendidos ao fundo da Partners Group:

• Parque Mondego (Coimbra);
• Focus Park Canidelo (Vila Nova de Gaia);
• Aveiro Retail Park;
• Alverca Park;
• Santarém Retail Park.

Já na Bélgica, a Mitiska REIM vendeu outros cinco retail parks, que representam uma área bruta locável de 77.500 m2. O portfólio inclui o Retail Park Malinas, em Mechelen – que se tornou no retail park “mais sustentável” do país -, além do Ninouter (situado em Ninove), do Parc de l’Europe (Wavre), do La Couvinoise (Couvin) e do Quartier Enée (Gembloux), referem no documento.

A investidora belga sublinhou ainda que estes retail park foram geridos ativamente pelas suas equipas locais de forma a melhorar a sua valorização no mercado imobiliário. E destacaram ainda que estes imóveis de retalho estão hoje ocupados por “grandes supermercados como Lidl, Albert Heijn, Delhaize, Mercadona, Auchan ou Pingo Doce”, possuem uma “forte diversificação” de lojas nacionais e internacionais e obtiveram certificações BREEAM que vão de “Bom” a “Excelente”.

Assim, esta venda marca a conclusão dos programas de desenvolvimento e criação de valor para estes imóveis. Para Jan Du Bois, diretor geral da Mitiska REIM para Bélgica, Espanha e Portugal, a venda destes imóveis é a prova “da eficácia dos nossos programas de valor acrescentado em Portugal e do nosso historial na entrega de novos projetos de desenvolvimento de sucesso na Bélgica.” A transação imobiliária contou com a Kepler Corporate Finance, Belfius e CBRE, que atuaram enquanto consultores financeiros.

Alverca Park Google Maps

Venda de retail parks faz parte de desinvestimento de 500 milhões de euros

A verdade é que a venda desta dezena de imóveis pela retalhista belga faz parte de uma estratégia de desinvestimento maior levada a cabo na Europa. É isso mesmo que diz Axel Despriet, cofundador e sócio-gerente da Mitiska REIM: “Esta última transação segue a recente venda pela Mitiska REIM de 25 retail parks na Roménia e completa cerca de 500 milhões euros em desinvestimentos só em dezembro, o que prova a resiliência desta classe de ativos, apesar do ambiente económico atual”.

A venda das carteiras belga e romena marca também a “saída bem-sucedida de todos os ativos do fundo FRI, o primeiro fundo captado e assessorado pela Mitiska REIM desde 2012, proporcionando retornos aos investidores no nível mais alto das expectativas”, conclui Axel Despriet, citado no documento.

Agora, estes dez retail parks ficam na mão do novo fundo First Retail Partners, que conta um valor patrimonial bruto de cerca de 280 milhões de euros, e que será gerido pela Mitiska REIM e apoiado pelo Partners Group. Sobre este ponto, Sylvie Geuten-Carpentier, sócia-gerente da Mitiska REIM comenta que está “muito satisfeito” em formar esta parceria estratégica com o Partners Group, tornando a empresa no novo gestor deste fundo.

Para o futuro, “a Mitiska REIM continua comprometida com os mercados belga e português. Continuamos a ver um forte pipeline de novas oportunidades de retail parks na Bélgica e em Portugal, abrangendo projetos de ‘multi-let light industrial’, ‘self-storage’ e logística urbana", frisou ainda Sylvie Geuten-Carpentier.