Novo espaço cultural e gastronómico nasce da reabilitação da ala sul da Estação de São Bento. Vai ter 14 restaurantes.
Time Out Market Porto vai abrir portas
Time Out Market Porto Créditos: Time Out Market Porto

O centro histórico do Porto vai ter um breve “um novo centro gastronómico e cultural”. Trata-se do Time Out Market Porto, localizado na estação de comboios de São Bento, que vai reunir 14 restaurantes, dois bares e ainda experiências culturais. Vai abrir ao público já em maio de 2024.

Uma década depois de inaugurar o conceito em Lisboa e replicar o mesmo ao longo dos anos para grandes cidades como Nova Iorque, Chicago e Dubai, o Time Out Market vai abrir no Porto já em maio deste ano, sendo que o dia exato da sua inauguração ainda nao é conhecido.

Este novo espaço com 2 mil metros quadrados situa-se na ala sul da centenária Estação de São Bento e promete trazer dinamismo à cidade Invicta. Em concreto, o Time Out Market no Porto vai contar com um total de 16 espaços gastronómicos, segundo se lê no site oficial:

  • 14 restaurantes;
  • 2 bares;
  • espaços exteriores com esplanadas.

Além disso, conta com uma torre de 21 metros em ferro e vidro, “que recupera a imagem dos depósitos de água elevados das estações de caminho de ferro”, explicam no documento. Esta torre conta com duas unidades que possuem uma vista privilegiada sobre a cidade.

"Estamos dedicados a fazer do Time Out Market Porto um novo centro gastronómico e cultural da cidade e uma mais-valia para a baixa portuense”, Inês Santos Almeida, diretora-geral do Time Out Market Porto

Entre espaços tradicionais e contemporâneos, o Time Out Market Porto vai contar com nomes como Fava Tonka, Curb, Casa Inês, Meia-Nau, Okra Pizzaria, Tábua Rasa, Brusco Burger e Padaria Ribeiro, aos quais se juntam os chefs Nuno Castro, Rafaela Louzada, Vasco Coelho Santos (com uma estrela Michelin), Rui Paula (duas estrelas) e Ricardo Costa (duas estrelas), refere o Jornal de Negócios.

“O Time Out Market é um conceito que valoriza e celebra o melhor do Porto e estamos muito entusiasmados por, em breve, abrirmos portas. Selecionámos 'chefs' premiados, restaurantes reconhecidos e alguns tesouros locais - todos representam a incrível cena gastronómica do Porto. Reunimo-los num espaço único, renovado por Souto de Moura, um dos maiores nomes da arquitetura nacional. Estamos dedicados a fazer do Time Out Market Porto um novo centro gastronómico e cultural da cidade e uma mais-valia para a baixa portuense”, afirma Inês Santos Almeida, diretora-geral do Time Out Market Porto, citada em comunicado enviado às redações.

Assim, o Time Out Market Porto nasce de um projecto de revitalização desenhado pelo arquiteto portuense Eduardo Souto de Moura, prémio Pritzker de arquitetura em 2011. As obras de recuperação deste espaço em São Bento – que foi utilizado como zona de apoio à estação de comboios - arrancaram em março de 2023, com um investimento na ordem dos 7,5 milhões de euros.

A abertura ao público do Time Out Market Porto vai agora avançar em maio, mas chegou a estar prevista para os meses de novembro ou dezembro de 2023, acabando, contudo, por ser adiada. À data, o gabinete de comunicação da Time Out justificava o adiamento com a dimensão do projeto em causa.

Centro gastronómico e cultural em São Bento esteve envolto de polémicas

Restaurantes no centro do Porto
Estação de São Bento, Porto Foto de Vitor Oliveira no Wikimedia Commons

Foi em 2016 que o projeto de arquitetura para requalificar o ala sul da Estação de São Bento e dar vida ao Time Out Market Porto foi apresentado. Mas logo foi alvo de críticas, nomeadamente pelo então vereador do Urbanismo, Rui Losa, que apelidou de "inqualificável" a proposta da Time Out para a estação, classificada como monumento nacional. Foi por isso que, em 2017, o promotor decidiu mesmo suspender a apreciação do Pedido de Informação Prévia relativo ao mercado.

Envolto em polémica desde então, o projeto viria a ser aprovado, em maio 2019, pela Direção-Geral do Património Cultural, apesar das críticas do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - ICOMOS, órgão consultivo da UNESCO para o património, que recomendou que o projeto não fosse aceite.

Num primeiro parecer, de 2 de abril de 2018, o ICOMOS defendia que o projeto era um "exemplo de demolição excessiva" e "fachadismo" e não tinha "em conta as recomendações internacionais em matéria de intervenção sobre património construído". Uma das peças que geraram mais críticas foi mesmo a torre de 21 metros, que tendo sido considerada “intrusiva” pela UNESCO.

Em janeiro de 2021, o projeto surgiu como uma das 14 obras ou projetos que punham em risco o valor patrimonial do Centro Histórico do Porto classificado como património mundial desde 1996, incluído no mais recente Relatório Mundial sobre Monumentos e Sítios em Perigo.

*Com Lusa

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