crise e arrendamento são termos que andam de mãos dadas no pavilhão 3 da fil, no parque das nações, em lisboa, onde se realiza o sil 2012 – salão imobiliário de portugal. a 15ª edição da feira, que começou terça-feira e termina este domingo (dia 14), realizando-se pelo segundo ano consecutivo em conjunto com a intercasa concept (nos pavilhões um e dois), está a atrair alguns curiosos ao recinto, sendo que os expositores esperam receber muito mais visitantes no fim-de-semana. o idealista news esteve no local e confirma que a tendência do mercado imobiliário passa por arrendar casa. afinal, pedir dinheiro emprestado ao banco é cada vez mais complicado
tal como em anos anteriores, a edição deste ano tem à disposição uma bolsa de arrendamento. são cerca de 2.000 imóveis para arrendar espalhados pelo país, sendo que há rendas para todos as carteiras, oscilando entre os 150 e os 10.000 euros. trata-se de habitações que foram enviadas previamente por alguns expositores à organização para serem transaccionadas. nesse sentido, existe um balcão de informações no qual as pessoas se podem informar sobre os imóveis que estão incluídos na referida bolsa, sendo depois encaminhadas para os expositores que dispõem da procura desejada
trata-se, no fundo, de fazer uma triagem de forma a facilitar a tarefa dos visitantes, que muitas vezes ficam “perdidos” no pavilhão. “estamos à procura de uma casa para arrendar, mas quando chegámos dava a ideia que a oferta estava toda espalhada pelo pavilhão, então dirigimo-nos ao balcão de informações. foi aí que nos explicaram que havia algumas casas em bolsa de arrendamento, o que facilitou bastante a nossa tarefa, já que explicámos o que pretendíamos e indicaram-nos quais os expositores que poderiam ter os imóveis que correspondem às nossas exigências”, contam hugo máximo e mariana lopes, ambos professores
sorridentes, os jovens professores adiantam que só têm um objectivo em mente, arrendar casa: “comprar está fora de questão. nesta fase das nossas vidas o arrendamento é mesmo a melhor opção, porque dá-nos mais liberdade. se alguma coisa corre mal não temos uma obrigação com o banco. queremos uma casa em que a renda seja no máximo 375 euros”
esta é, de resto, uma opção unânime entre os visitantes. “estou à procura de uma casa para arrendar, por isso vim ver o que há de oferta. neste momento da vida, e face à actual crise económica, sem dúvida que a opção passa por arrendar e não comprar”, diz susana barradas, enfermeira
já luís cunha, um arquitecto que está pelo segundo ano consecutivo no sil, considera que na edição deste ano há menos gente, um cenário que pode mudar no fim-de-semana. “aparentemente parece que o sil está a ter menos visitantes que no ano passado, mas claro que as pessoas devem estar à espera do fim-de-semana para vir. contava ver mais opções de arrendamento, porque com o momento actual que se vive no país essa é a melhor opção. talvez até haja muita oferta, mas a ideia que dá é que está dispersa pelos vários stands”, lamenta
apesar de ainda não estarem activos no mercado à procura de uma habitação, david e patrícia, militares, aproveitaram o sil para “tirar algumas ideias”. “viemos para fazer uma ronda de mercado e para perceber o que se está a oferecer na feira, mas sem dúvida que optaremos por uma casa arrendada. é o que está a dar, até porque nos dias que correm é impossível comprar casa, já que os bancos cortaram no crédito à habitação”, explicam
expositores confirmam tendência
a aposta no mercado de arrendamento é também confirmada pelos responsáveis de alguns expositores, que não têm dúvidas quanto às preferências dos portugueses. “há cada vez mais pessoas à procura de casa para arrendar. nos primeiros três dias do sil posso dizer que cerca de 90% dos contactos que temos tido são de pessoas interessadas no mercado de arrendamento. o contexto económico em que se encontra o país dá força a esta tendência”, aponta rute pardal, responsável de comunicação do stand comprar casa, da rede imobiliária apemip (associação de profissionais e empresas de mediação imobiliária de portugal)
para conceição ribeiro, consultora imobiliária na agência century 21, “está a assistir-se a um ‘boom’ de arrendamento”. “há uma grande procura por parte das pessoas, que cada vez mais optam por esta via em detrimento de comprar casa prória”, diz
confrontado com a mesma questão, tiago cardoso, representante do expositor da associação lisbonense de proprietários, é peremptório ao afirmar que “está a haver muita procura no mercado de arrendamento”. “a oferta de casas que temos é a que está na bolsa de arrendamento, ou seja, são cerca de 160 imóveis”, adianta
já elisabete martins, representante do stand do mercado social de arrendamento (msa), iniciativa do governo que disponibiliza casas em todo o país com rendas 30% inferiores às praticadas no mercado, diz que a procura tem subido de tom com o passar dos dias, salientando que o pico da procura deve acontecer no fim-de-semana. ainda assim, a responsável adianta que existem actualmente 821 imoveis no msa
o maior leilão imobiliário
para o fim-de-semana está reservado um dos momentos altos do sil 2012: o maior leilão imobiliário de portugal, com 150 imóveis, entre apartamentos e moradias das zonas centro e sul do país com um valor estimado de 10 milhões de euros. os valores base de licitação têm início nos 31.500 euros e ascendem aos 173.000 euros. este ano, a grande novidade passa pela realização de leilões de hora a hora, o que promete criar uma maior dinâmica, segundo a organização
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