As taxas de juro estão a baixar, os preços das casas estão mais baixos e parece ser um bom momento para comprar casa. A primeira coisa é selecionar um imóvel e fazer contas com os bancos para pedir um crédito. Este é um momento vital, em que um simples erro pode condenar a vida de alguém durante 30 ou 40 anos.
Por isso, há que ir com pés de pluma e seguir conselhos básicos para evitar equívocos. Não preparar bem a documentação ou fixar-se apenas na publicidade dos bancos são os erros que se devem evitar a todo o custo.
Aqui ficam cinco conselhos básicos que devem ser seguidos para que um empréstimo não se torne num pesadelo, de acordo com Juan Villén, responsável de hipotecas do idealista.
1 – Falar com muitos bancos: as pessoas, em geral, quando procuram um empréstimo conhecem as ofertas das entidades que fazem mais publicidade, mas isso não significa que sejam as melhoras. Por isso, quantas mais simulações se façam melhor. Recomendo que quem vai assinar uma hipoteca não se foque apenas nos bancos maiores ou com mais sucursais, o no banco do qual é cliente, uma vez que muitas entidades financeiras podem estar interessadas em não dar muitos empréstimos de crédito à habitação ou em colocar cláusulas que encareçam o valor da hipoteca.
2 – Não fazer tudo à última hora: um erro grave é ir à procura de crédito à última hora, depois de ter assinado o contrato de compra e venda. Nesse caso, há que ter cuidado porque te podes encontrar numa situação em que te pendem mais poupanças do que esperavas num primeiro momento ou que tardem em responder-te. Isto pode fazer com que acabes a assinar com o único banco que se comprometeu a dar-te resposta no prazo em que necessitavas. Não é preciso fazê-lo com seis meses de antecedência, mas o conselho é que seja 2-3 meses antes.
3 – Preparar bem toda a documentação que exigem os bancos e saber explicá-la: há que conhecer bem os conceitos básicos como os rendimentos que tens. Se tens pagamentos extra, bónus anuais, se tiveste períodos em que não trabalhaste ou mudaste de empresa... ou seja, tudo o que seja importante para o banco a nível de risco, uma vez que pode ser determinante para conseguir não só a hipoteca, como boas condições. Outra das coisas que agora os bancos prestam muita atenção é à origem das poupanças, por causa das questões de branqueamento de capitas. Neste sentido, há que saber explicar de onde vem o dinheiro: se o temos porque nos emprestou a família, se são poupanças ou se resulta da venda de ações, por exemplo.
4 – Não te deixes seduzir pelo spread do banco: no final, tudo o que se assina no contrato, sai do bolso de quem pede o empréstimo, seja uma comissão de abertura, o valor do juro inicial, os diferenciais, as vinculações ou as comissões de cancelamento. Portanto, há que ver os custos da hipoteca no seu conjunto. Também é fundamental saber que compromissos estamos a assumir no futuro: não faz sentido escolher uma hipoteca com o melhor spread, se esta nos obriga a subscrever um plano de pensões que não queremos, ou a manter um seguro que não consideramos necessário.
5 – Recorrer a assessores imparciais: é importante ser acompanhado por quem sabe destes temas. Os bancos são bons assessores, mas não são imparciais. Uma forma de estar bem preparado é perguntar a várias entidades para os comparar ou ir com assessores imparciais. Mas é preciso ter cuidado. Quando decidires consultar um assessor, assegura-te de que não te comprometes a nada. Não assines documentos que te atem aos ditos assessores. E não aceites ter que pagar pelo serviço, uma vez que no mercado há assessores que te conseguem os melhores empréstimos de forma totalmente gratuita.
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