
Artigo escrito para o idealista/news, no âmbito da rubrica “Trocado por Miúdos”, por joao.raposo@reorganiza.pt, partner da Reorganiza.
Quando vais comprar casa o mais provável é que precises de pedir um financiamento e os bancos estão outra vez desejosos de emprestar dinheiro. Mas mesmo sabendo que voltou a ser mais fácil obter um crédito à habitação é essencial que dês as garantias suficientes para tal. São muitos os pedidos de financiamento, mas nem todos são aprovados. Verifica os pontos abaixo para teres maiores garantias de obteres o crédito pretendido.
1 – Dispor de capitais próprios
Comprar uma casa é um investimento em património e deves procurar que este seja realmente teu o mais cedo possível. Isto é, quanto mais tempo e dinheiro tiveres investido no crédito habitação menos irás usufruir desse investimento. Uma operação de crédito a 30 anos, mesmo com uma taxa de juro mais baixa que nos créditos ao consumo, poderá significar que no final do prazo tenhas pago duas casas por inteiro (exemplo: 100.000 euros durante 30 anos, com taxa de juro de 5%, implica que pagarias só de juros mais de 93.000 euros. Isto é, custo total da casa: 193.000 euros). Se tiveres possibilidades de dar um bom dinheiro de entrada inicial terás de recorrer menos a dinheiro da banca e isso valorizará a tua opção por comprar casa própria.
2 – Analisar diferentes opções
É típico optar pela primeira pré-aprovação e isso pode ser um erro que te sairá muito caro. Os processos de análise de crédito habitação levam tempo e exigem muita documentação. Devido a toda a burocracia e cansaço são muitos os portugueses que assim que ouvem um “sim” do lado do credor ficam-se por aí. Provavelmente se não descansares nessa pré-aprovação e continuares a contactar outros bancos irás obter uma solução mais vantajosa. Sobretudo, porque partes para a negociação com outro banco numa posição negocial mais forte, uma vez que já dispões de uma pré-aprovação da concorrência.
3 – Avaliar a taxa de esforço
Antes de procurares um financiamento avalia com rigor a tua capacidade financeira. Em vez de procurares o financiamento para uma casa que escolheste, procura primeiro saber quanto podes endividar-te para depois escolheres a casa dentro desses parâmetros. Não vá acontecer que fiques deslumbrado por uma casa de sonho e depois estejas disposto a fazer um empréstimo que se revela um pesadelo. Avalia os teus rendimentos (e equaciona a estabilidade dos mesmos) face aos custos fixos que tens mensalmente, não só as prestações, mas também as despesas fixas de alimentação, educação dos filhos, entre outros. Lembra-te que a prestação que será atribuída ao crédito à habitação poderá oscilar consoante a indexação da Euribor, que agora estão particularmente baixas.
4 – Reduzir as prestações mensais
Pode fazer todo o sentido que antes de avançares para uma operação de crédito à habitação consolides os restantes créditos. Se conseguires fazer uma consolidação irás ficar com uma taxa de esforço mais reduzida, pois a prestação mensal será mais baixa que o total das prestações dos créditos antes da consolidação.
Estas são algumas dicas que têm ajudado muitos clientes bancários a obter melhores condições de financiamento. Não procures atalhar caminho quando se trata de uma decisão que irá acompanhar-te até ao final da vida.

Para poder comentar deves entrar na tua conta