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A maioria dos bancos a operar em Portugal, hoje em dia, aceita dar apenas entre 80% e 85% do financiamento para a compra de casa, exigindo uma entrada no montante remanescente. Mas será que vão seguir o exemplo do inglês Barclays e voltar a dar crédito à habitação a 100% (ou até mais...) do valor do imóvel, como antes da crise?

Em Portugal, os bancos têm vindo a dar empréstimos cada vez maiores, na proporção da avaliação ou do valor da escritura, escreve o Observador, dando nota de que neste momento, a maioria dos bancos empresta até 80% do valor da garantia. Mas instituições com relevância no mercado como o Banco BPI e o Santander Totta já estão a ir um pouco mais longe: 85%.

E é nesse sentido do financiamento a 100% que se caminha, segundo Sérgio Pereira, diretor do ComparaJá.pt, uma plataforma de comparação de produtos financeiros. “É de esperar que cada vez sejam mais as instituições que comecem a oferecer financiamentos até 100% da valorização das propriedades”, diz o responsável citado pelo jornal.

Granada financeira para famílias e bancos?

Um concorrente deste site, o Compare o Mercado, tem porém uma opinião mais crítica sobre os financiamentos a 100% (ou quase) no crédito à habitação. Ao Observador, Manuel Mello, fundador do portal de comparação de preços em créditos e seguros, aponta que o endividamento a 100% comercializado pelo Barclays no Reino Unido é uma “granada financeira”.

Manuel Mello explica que, desta forma, “as famílias endividam-se acima das suas possibilidades, com a agravante de envolverem dois lares – quem compra e quem dá a garantia”. “Pensamos que em Portugal não há margem, nem apetite para este tipo de produtos. O nosso endividamento é enorme e soluções como esta só promovem o incumprimento e aumento do crédito malparado”, remata o especialista.

Também um grupo de representantes de grandes instituições bancárias, reunidos numa conferência em Torres Vedras, afirmaram recentemente que os bancos em Portugal "não vão aumentar as taxas de financiamento até 100% como acontecia antes, porque se isso acontecesse seria uma irresponsabilidade“, concordaram responsáveis como Miguel Costa (do BPI), Carlos Vintém (da União de Créditos Imobiliários – UCI), Vítor Peixoto (do Novo Banco) e António Ribeiro (do Santander Totta) no âmbito da convenção da rede imobiliária KW Portugal.

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