Da construção civil à hotelaria, passando pelo setor dos serviços, os empresários do Algarve queixam-se de não haver mão de obra que chegue. A compra e venda de moradias de luxo, cujo preço pode chegar aos 13 milhões de euros, virou a página da crise no chamado “triângulo dourado do turismo”: Vilamoura, Quinta do Lago e Vale do Lobo. Depois de um longo período de mais de meia dúzia de anos em queda, as gruas voltaram a erguer-se na zona sul do país.
Segundo o Público, no setor da construção civil, sobretudo no segmento médio/alto, o mercado voltou a dar sinais de recuperação. Desde o último trimestre do ano passado e primeiro deste ano foram vendidas, no Vale do Lobo, 70 moradias – a maioria das aquisições com o objetivo de deitar abaixo e construir de novo. Em casas com 20 ou 30 anos não compensa o restauro, aconselham os técnicos. Por outro lado, é mais fácil (e às vezes mais barato) construir de novo.
O preço do lote custa, em média, entre um a dois milhões de euros, mas também pode chegar aos cinco ou seis milhões, escreve a publicação, salientando que a mudança de gosto arquitetónico que se verifica no Vale do Lobo acontece também na Quinta do Lago, mas de forma mais expressiva, porque há menos espaço urbanizável e é mais caro. Não é de estranhar, por isso, a opção – para quem tem milhões para gastar numa casa de férias – de deitar abaixo e voltar a construir no mesmo sítio, com a assinatura de arquitetos consagrados.
Já no empreendimento turístico Vilamoura, “há falta de produto novo [habitação] para venda”, disse o administrador do grupo Enolagest, Reinaldo Teixeira. O empresário, ligado a cerca de 40 empresas de serviços na região (incluindo a imobiliária Garvetur), revelou ainda que há “escassez de pessoal para trabalhar em todas as áreas”.
De acordo com o responsável, a construção de blocos de apartamentos e vivendas geminadas ainda está numa fase incipiente no Algarve, mas há “projetos em pipeline para avançar”. Em causa estão os planos que o fundo imobiliário Lone Star apresentou para Vilamoura, no valor de 200 milhões de euros.
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