
A vontade de ser proprietário está inculcada no ADN português, mas nem toda a gente consegue comprar uma casa ou partir para a aventura de ter mais do que um imóvel, por falta de capacidade financeira. Os fundos de investimento imobiliário surgem então como uma alternativa de poupança apelativa para quem gosta deste tipo de ativo. Há prós e contras. Fica a saber quais.
Como funciona?
A lógica destes fundos, tal como explica a Proteste Investe num artigo publicado no Jornal de Negócios, é que cada pequeno investidor entrega uma parte do capital que tem disponível e recebe uma quota, a chamada unidade de participação (UP). A gestão desses fundos é entregue a um gestor profissionalizado que aplica as verbas conseguidas na aquisição de imóveis - hospitais, hotéis, apartamentos, empreendimentos, escritórios, shoppings ou armazéns - para ganhar dinheiro com a rentabilização dos mesmos, seja mediante a cobrança de uma renda ou através da valorização desse bem.
A ideia deste tipo de investimento é pagar uma renda ao investidor tal como acontece quando alguém arrenda uma casa, ou uma loja. Mas o rendimento não é garantido.
A revista dos consumidores diz que continua negativa para o investimento em fundos imobiliários abertos nacionais, aqueles que são passíveis de serem subscritos ou resgatados diariamente e que estão disponíveis aos balcões das entidades comercializadoras, sobretudo bancos.
Quanto valem?
Desde junho de 2008, segundo a análise citada, o valor dos ativos sobre gestão deste tipo de fundos decresceu 22% tal como a capitalização media dos FII abertos, que ficou nos - 6,7%. E a taxa de ocupação dos imóveis nos últimos 8 anos rondou os 80%, gerando uma taxa de desperdício de 20%. No último ano, o número de resgates também aumentou cerca de 1,5 vezes mais do que o volume de unidades de participação subscritas.
O ponto positivo, tal como realça a Proteste, é que este investimento é acessível a pequenos aforradores, que com um montante reduzido se pode tornar senhorio de um vasto conjunto de imóveis e tem maior mobilidade quando comparado com a venda de uma casa.
Vantagens
Além disso, são bastante cómodos pois é a sociedade gestora que cobra as rendas, faz as obras, renova os contratos e procura novos inquilinos. E apesar de não garantirem o capital têm alguma segurança porque são regulados pela Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) cujas regras apertadas obrigam os gestores a cumprirem determinados parâmetros. Por exemplo, obriga-os a investir pelo menos 75% do património em imóveis, os restantes 25% podem serem aplicados em outro tipo de ativos.
Conselhos
A associação de consumidores aconselha a ler bem o prospeto, informar-se dos riscos e analisar o regulamento do fundo, ou seja como é que este investimento se pode transformar em dinheiro em que prazo e condições. Além disso avisa ainda para o facto de que ninguém gere o fundo à borla. As sociedades gestoras fazem-se pagar pelo seu trabalho, cobrando comissões de gestão, subscrição e resgate.
Os eventuais ganhos sofrem a habitual tributação de 28%, logo não têm de entrar no IRS, salvo se optar pelo englobamento dos rendimentos. Leia bem o prospeto, informe-se dos riscos e analise o regulamento do fundo, ou seja como é que este investimento se pode transformar em dinheiro em que prazo e condições.
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