
O Alojamento Local (AL) está na moda em Portugal. Um negócio que convive de mãos dadas com o “boom” do turismo que existe no país, nomeadamente em Lisboa, Porto e Algarve. Mas será que investir no negócio do arrendamento temporário de casas a turistas é garantia de rentabilidade? Sim, mas não imediata. É preciso paciência, porque o retorno pode demorar, devido ao investimento e gastos envolvidos.
A revista Proteste, da Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, calculou a taxa de rentabilidade para projetos em Lisboa e no Porto por um período de 15 anos – no final desse prazo, o imóvel seria vendido pelo mesmo preço da compra – e o ano em que se atingiria o lucro para o investimento.
Os resultados não foram assim tão animadores para quem procura o lucro imediato. “A média do rendimento anual obtido em todos os cenários que construímos resultou em 6.051 euros anuais, ou seja, 504 euros por mês, o que é claramente insuficiente”, conclui a Deco, salientando que a taxa de rentabilidade é mais baixa nos casos de quem investe inicialmente na aquisição de um imóvel.
Segundo o i, que se apoia nos dados da Proteste, quem investir no negócio do AL só terá lucro ao fim de 18 anos: “Isso no mínimo, porque o cenário pode ser ainda mais catastrófico e não se recuperar o capital investido”.
A publicação lembra que se trata de um negócio que exige muita dedicação, pelo que é preciso ter muita disponibilidade de tempo, nomeadamente para receber os turistas, encaminhá-los e gerir os imóveis. E é crucial também cumprir as normas, já que há multas para os incumpridores. “Em média, no período de 2013 a 2015, o número de registos de alojamento locais cresceu 76% – como tal, há muita concorrência. E mesmo que transfira a gestão do arrendamento do seu imóvel a terceiros, deve sempre fazer contas para ter uma ideia concreta dos custos e das receitas que terá ao longo do ano”, explica a Proteste.
De acordo com o i, até outubro de 2016 estavam registadas em Portugal 34 mil unidades de AL, 28% das quais em Lisboa e Porto. A publicação lembra que o Governo está a fazer um levantamento das questões que existem sobre o AL junto de autarquias e associações.
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