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Imobiliária e contas bancárias de ex-ministro Manuel Pinho investigadas pela Justiça
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Manuel Pinho, antigo ministro da Economia do Governo socialista de José Sócrates, foi esta segunda-feira constituído arguido, sendo suspeito dos crimes de corrupção e tráfico de influências num alegado esquema de favorecimento à EDP. E no âmbito da investigação, a Justiça quer ver à lupa todos os movimentos financeiros do ex-governante e da sua mulher, bem como das empresas em que são sócios. Entre estas está a sociedade de gestão imobiliária Pilarjardim, que acumula prejuízos sucessivos.

Para passar a pente fino todos os movimentos financeiros, realizados entre 2007 e 2014, no sentido de apurar se houve recebimento indevido de vantagem em dinheiro ou património, o Ministério Público pediu a quebra do sigilo bancário das contas de Manuel Pinho, da mulher e das empresas em que são sócios no âmbito da investigação sobre as rendas da EDP, tal como noticia o Correio da Manhã.

Manuel Pinho e a mulher são, de acordo com o jornal, sócios na empresa de gestão imobiliária Pilarjardim, Lda., que em março deste ano alargou o seu objeto social "à administração, gestão e exploração de imóveis para alojamento local" e "à gestão e exploração de espaços e suportes publicitários". Constituída em 2004, a empresa acumula prejuízos e fechou 2015 com resultados negativos superiores a 34 mil euros.

As causas da investigação

Em causa estão, segundo recorda o diário, alegados benefícios que o Estado terá concedido à EDP por normas aprovadas por Pinho enquanto ministro da Economia, designadamente a entrada em vigor dos CMEC - Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual, e a atribuição à EDP da propriedade e da central termoelétrica de Sines, considerada a mais rentável de todo o sistema elétrico português. 

Os investigadores estão também a analisar os pagamentos realizados pela EDP à Universidade de Columbia, em Nova Iorque, para onde Manuel Pinho foi dar aulas, num curso patrocinado pela elétrica portuguesa em 2010. Até essa data o ex-governante nunca tinha publicado nenhum trabalho científico sobre o setor energético, nem tinha experiência académica neste setor económico. 

Nas escutas do Marquês, Pinho foi apanhado a sugerir a Sócrates que fosse estudar para Columbia, garantindo-lhe que iria "ser bem tratado". O ex-primeiro-ministro não foi viver para os EUA, mas chegou a visitar a universidade americana onde fez uma intervenção.

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