
O número de famílias muito endividadas a pedir a ajuda ao Gabinete de Proteção Financeira da Deco (GPF) está a crescer. Subiu para 29.350 em 2018, mais 350 pedidos do que em 2007 e muitos mais do que há dez anos (2008), altura em que foram registados 8.758 pedidos. Outro dado preocupante diz respeito ao crescimento da taxa de esforço, cuja média atingiu os 80%.
Para a diretora do GPF, Natália Nunes, citada pelo imprensa, o crescimento da taxa de esforço “é muito preocupante”, tendo em conta que essa relação já é mais do dobro da recomendável, e que não deve ultrapassar os 35%. Segundo os dados da Deco, o rendimento médio das famílias que pediram ajuda fixou-se em 1.150 euros, menos 50 euros que em 2017, tendo o valor médio das prestações de crédito subido de 850 euros para 924 euros.
Os números surpreendem pela negativa e o cenário que se apresenta já este ano também não é animador. Dados da Deco acrescentam que há famílias que, nos primeiros dois meses do ano, não conseguem pagar empréstimos recentes, contraídos em 2018. “Há indícios de que as famílias já não apresentavam condições para ter acesso a esses créditos”, o que demonstra que as novas contratações de crédito “não estarão a ser feitas de forma responsável”, argumenta a associação.
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