Um grupo de investidores privados quer construir um Centro internacional do Audiovisual em Palmela, que deverá custar 175 milhões de euros, e criar 500 postos de trabalho diretos na primeira fase, confirmou hoje o presidente da Câmara de Palmela.
Segundo Álvaro Amaro, o interlocutor da autarquia para o projeto é a Quadrante, uma empresa de Consultoria em Engenharia e Arquitetura, mas o consórcio interessado nele inclui grandes investidores internacionais na área do audiovisual.
“Nós acreditamos no projeto, sabemos dos contactos que tem havido junto da tutela e junto do Governo. Acredito que há outros grupos económicos poderosos ligados à área do audiovisual também aqui envolvidos”, disse Álvaro Amaro, adiantando que se trata de um projeto de interesse local e que pretende obter também o reconhecimento como PIN (Projeto de Interesse Nacional).
“Para já têm sido estes os nossos interlocutores, empresas com insígnias conhecidas que estão a validar o projeto, desde a (consultora) Deloitte, ao escritório de advogados (Vieira de Almeida), à Quadrante. E também um prestigiado grupo de arquitetura francês, que hoje não quis mostrar muitos pormenores do projeto, até por questões de direitos de autor e de sigilo”, acrescentou.
'Cluster' da indústria multimédia
Segundo a Câmara de Palmela, o projeto deve ser entendido como um “'cluster' da indústria multimédia, integrado num conceito mais vasto de investigação, desenvolvimento e criação, que permitirá, inclusivamente, o nascimento, consolidação e satelização de outras indústrias e atividades”.
Entre outras vertentes, está prevista a formação de atores, realizadores e técnicos, incluindo a formação de especialistas nas áreas de som, iluminação e fotografia, bem como na robótica e efeitos especiais, cenarização e infraestruturas.
De acordo com o presidente da Câmara de Palmela, os 175 milhões de euros são apenas para a primeira fase do projeto a desenvolver na zona do Vale do Alecrim, no Pinhal Novo, concelho de Palmela, no distrito de Setúbal, que deverá estar concluída em 2025 e que, além dos 500 postos de trabalho diretos, deverá criar mais 1.100 postos de trabalho indiretos.
Centro deverá nascer em terrenos previstos para espaços industriais
De acordo com o protocolo entre a Câmara de Palmela e a FRESHWIDSOM, uma Sociedade Unipessoal que terá sido constituída pelos potenciais investidores do futuro Centro Internacional Audiovisual de Palmela, o projeto será desenvolvido em terrenos que estavam previstos para espaços industriais, espaços naturais ou classificados como REN (Reserva Ecológica Nacional), e um espaço que estava reservado para uma variante à EN 252, a poente do Pinhal Novo, mas que já tem uma alternativa prevista, a nascente, há alguns anos.
Como se reconhece no protocolo, o projeto de instalação do denominado Centro Internacional do Audiovisual é incompatível com a regras atuais do PDM, mas a Câmara de Palmela compromete-se a encetar as “diligências necessárias, e ao seu alcance, para garantir que o PDM permitirá a integral promoção do projeto”.
O presidente da Câmara de Palmela admite que a autarquia não tem nenhuma garantia de que o consórcio interessado no desenvolvimento do futuro Centro Internacional do Audiovisual irá concretizar o projeto, mas salienta que o protocolo obriga o consórcio a entregar uma caução de 50.000 euros, que só deverá ser devolvida após a emissão do alvará de licença de construção do projeto.
O protocolo para o futuro Centro Internacional do Audiovisual de Palmela prevê ainda o desenvolvimento de uma segunda fase, de 2030 a 2033, e de uma terceira fase, a desenvolver de 2040 a 2044.
Este megaprojeto de Palmela é já o terceiro a ser anunciado na Península de Setúbal nos últimos meses, para onde está também anunciados outros a desenvolver a médio/longo prazo, como o Innovation District em Almada e a Cidade do Conhecimento em Setúbal, ambos com investimentos anunciados superiores a 800 milhões de euros.
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