A pandemia da Covid-19 surgiu em Portugal há quase dois anos, em março de 2020, e teima em deixar marcas, nomeadamente na economia do país e na situação financeira das famílias, sendo que muitas viram os respetivos rendimentos cair a pique. Os dados divulgados recentemente pelo INE são esclarecedores, sendo que quase 20% dos portugueses vivia, em 2020, com apenas 554 euros por mês.
“O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2021 sobre rendimentos do ano anterior, indica que 18,4% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2020, mais 2,2 pontos percentuais (p.p.) do que em 2019. A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2020, à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos (por adulto equivalente) inferiores a 6.653 euros (554 euros por mês). O crescimento do risco de pobreza foi mais severo no caso das mulheres (mais 2,5 p.p., de 16,7% em 2019 para 19,2% em 2020), em particular no caso das mulheres idosas (mais 3,0 p.p., de 19,5% para 22,5%)”, lê-se no boletim do instituto.
De acordo com o INE, a pandemia piorou o rendimento de 27,5% das famílias portuguesas. “Entre maio e setembro de 2021, 16,4% das famílias referiram a redução do rendimento familiar nos 12 meses anteriores, valor que se mantém bastante superior ao obtido em pré-pandemia (10,3% em 2019)”. Paralelamente, acrescenta o instituto, “27,5% das famílias que referiram a redução do rendimento familiar indicaram como motivo a pandemia”.
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