Vizinhos unem-se e compram a casa a inquilina que ia ser despejada

Receber uma carta de despejo é o maior medo de muitos inquilinos – cá dentro e lá fora. Foi o que aconteceu no início do ano a Linda Taylor, de 70 anos, que vive numa casa no bairro de Powderhorn Park, em Mineápolis, EUA. O seu senhorio avisou-a que teria de deixar a casa até dia 1 de abril ou, em alternativa, poderia comprá-la por 299 mil dólares (cerca 287.750 euros), um valor que a idosa não conseguia pagar. Mas esta história tem um final feliz: com a ajuda dos vizinhos, Linda conseguiu angariar fundos para comprar a casa e ainda levar a cabo várias reparações.

Desempregada e a viver só, Linda Taylor sentiu o seu mundo desabar quando recebeu a carta de despejo. Depois de o senhorio ter aumentado a renda duas vezes durante a pandemia, a inquilina pagava uma renda mensal de 1.400 dólares (quase 1.350 euros) para viver numa casa que outrora havia sido sua – foi obrigada a vendê-la há 15 anos quando caiu numa armadilha de negócio imobiliário e passou a arrendar a casa desde então.

Desesperada, Linda decidiu partilhar a sua história com o vizinho Andrew Fahlstrom, que trabalha em direito de habitação. E Fahlstrom mostrou-se pronto a ajudar e começou a mobilizar outros vizinhos que asseguraram que Linda não seria despejada. Para o efeito, a comunidade do Parque Powderhorn enviou uma carta ao senhorio que contou com 400 assinaturas, pedindo para adiar o despejo e colocando novas condições para negociar a compra da casa por Linda.

A carta foi entregue em fevereiro e o senhorio cedeu: não só permitiu que Linda continua-se a pagar a renda da casa até 30 de junho, como baixou o preço de aquisição para 250 mil dólares. Mas ainda assim o preço era demasiado alto para a mulher de 70 anos.

Estas alterações mudaram o rumo da história e a comunidade começou a reunir esforços para angariar fundos, para que a sua vizinha pudesse comprar a casa. Para o efeito organizaram uma festa, campanhas nas redes sociais, uma página de angariação de fundos e uma exposição de arte, na qual foram vendidas obras de arte pintadas pela própria Linda. Também os meios de comunicação locais fizeram ecoar a história e fizeram-na chegar a mais pessoas.

Os resultados surpreenderam tudo e todos: em apenas quatro meses foram angariados 275 mil dólares (cerca de 265 mil euros), o capital suficiente para Linda comprar a casa e fazer todas as reparações necessárias. E assim foi. No passado dia 31 de maio, Linda comprou a casa, voltando a ser proprietária oficial da casa que, afinal, sempre foi sua.