A enorme crise imobiliária na China, desencadeada pelos problemas de solvência da gigante Evergrande, e com capítulos marcantes como milhares de credores hipotecários a rejeitarem continuar a pagar as suas casas inacabadas, continua a deixar marcas, agora afetando o império Country Garden. Yang Huang, a mulher mais rica da China e herdeira deste conglomerado, viu a sua fortuna desvalorizar-se nos últimos meses, passando de 24.000 milhões de euros para 11.150 milhões, devido aos problemas de liquidez e solvência da empresa.
Com apenas 25 anos, Yang Huang tornou-se a mulher mais rica da China. O seu pai, cofundador da Country Garden, transferiu todas as suas ações em 2005. Quase 20 anos depois detém agora 60% da empresa, que durante estes anos foi beneficiada pelo crescimento do setor imobiliário na segundo maior economia mundial, até agora.
A bolha imobiliária chinesa está a perder ar cada vez mais rápido, varrendo grandes e pequenas promotoras e construtoras como a Evergrande. E é que os problemas de solvência estão a arrastar o resto do setor e um gigante como o Country Garden começa a ter dívidas significativas e menos vendas de casas.
Dívidas, menos vendas de casas e investimento por cumprir
As vendas da construtora caíram quase 40% para 185 bilhões de yuans, cerca de 27 bilhões de euros, no primeiro semestre do ano. Segundo os especialistas consultados pela Bloomberg, a Country Garden deve gastar cerca de 337 bilhões de yuans, cerca de 49 bilhões de euros a mais, para poder entregar as casas que incluiu na pré-venda, mas que não conseguiu reservar.
Esses problemas da empresa afetaram totalmente os ativos de Huang, que até agora em 2022 viu sua fortuna cair de 23,7 bilhões de dólares, cerca de 23,399 milhões de euros às taxas de câmbio atuais, para 11,3 bilhões de dólares, cerca de 11,154 milhões de euros às taxas de câmbio atuais.
De acordo com entidades oficiais e especialistas do sector, para já o Country Garden não está a ser afetado pela campanha que está a alastrar por todo o país dos compradores de casas em incumprimento no pagamento dos créditos habitação devido a atrasos na entrega das novas casas que compraram.
Este boicote está a afetar mais de 300 projetos em construção que atingem um montante de cerca de 300.000 milhões de euros, apenas 1% do crédito hipotecário na China. “Os investidores estão preocupados que a crise das hipotecas se alastre à Country Garden, à medida que as renúncias ao pagamento aumentam”, disse Kenny Ng, especialista da Everbright Securities International em Hong Kong, à Bloomberg. "A empresa ainda tem dívidas significativas e registou em junho um menor crescimento das suas vendas em junho, apesar de o setor da construção ter retomado a sua atividade na China”.
Credor estrangeiro avança com petição de liquidação contra Evergrande
Um credor estrangeiro apresentou uma petição de liquidação contra o endividado gigante imobiliário chinês Evergrande junto do poder judicial de Hong Kong.
Bolsa de Hong Kong faz ultimato à imobiliária chinesa Evergrande
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Evergrande vende megaprojeto para conter problemas de liquidez
A gigante imobiliária chinesa Evergrande chegou a um acordo para a venda por 3.660 milhões de yuans (521 milhões de euros) da sua participação no empreendimento Crystal City Project, na cidade chinesa de Hangzhou, para as empresas Zhejiang Zhejian Real Estate e Zhejiang Construction Engineering.
Donos de casas inacabadas na China recusam pagar prestações
Proprietários de habitações na China, cuja obra ficou inacabada devido à situação precária das construtoras, estão a recusar pagar as prestações dos imóveis, disseram fontes do setor, que atravessa já uma crise de liquidez.
China quer que bancos concedam mais crédito às construtoras
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