Provavelmente não pisarias este pedaço de terra perdido no Oceano Atlântico, mesmo que a tua vida dependesse disso.
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ilha mais perigosa do mundo
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As ilhas costumam ser uma atração nas férias. Há algumas para aventureiros e outras indicadas para quem só quer deitar-se na areia e nada mais, recarregar baterias e voltar em setembro com o espírito renovado. E no catálogo das ilhas para todos os gostos também há algumas que não gostarias de pisar mesmo que fosses o único sobrevivente de um naufrágio. Falamos da Ilha da Queimada Grande, no Brasil, que é considerada a mais perigosa do mundo – graças às suas serpentes.

Este pedaço na terra é o lar da Bothrops insularis, uma espécie de víbora que se destaca pelo seu tamanho (até 70 cm, embora existam exemplares com mais de 120 cm): a sua mordidela pode provocar necrose, hemorragias e insuficiência renal, entre muitas outras coisas.

serpentes
Wikimedia Commons|Miguelrangeljr, CC BY-SA 4.0

Quantas existem neste ilhéu localizado a apenas 35 quilómetros da Praia Brava? Os números são díspares, mas poderíamos resumir numa só palavra: muitas. O ilhéu mede cerca de 43 hectares e segundo um estudo feito por ecologistas em 2002 havia cerca de 55 cobras por hectare, ou seja, mais de 1.200 exemplares. Outros números falam de um exemplar por m2, ou seja, mais de 2.000 exemplares.

Visitas proibidas

O Brasil proibiu as visitas à ilha, como não poderia deixar de ser, e somente os cientistas com as devidas autorizações e seguindo os cuidados que o meio ambiente exige podem ir lá. Também passam por ali os membros da Marinha do Brasil.

O número de cobras começou a diminuir ao longo do tempo, há alguns anos eram mais de 4.000. E porque foram diminuindo? Entre outros motivos por causa de doenças, e também pelos caçadores furtivos, que arriscam para ir caçá-las já que o seu veneno, embora mortal, tem propriedades medicinais. Além disso, há quem também esteja disposto a pagar até 30.000 euros por esta espécie de víbora em perigo de extinção.

ilhas perigosas
Wikimedia Commons|Prefeitura Municipal de Itanhaém, CC BY 2.5

Como não poderia ser diferente para um lugar amaldiçoado, até o nome da ilha tem uma lenda negra: acredita-se que deve o seu nome ao facto de uma fogueira ter sido feita para acabar com as cobras. Outras lendas dizem que no ilhéu houve até 30 mortos antes de se terminar a construção do farol e que até todos os membros de uma família morreram por picadas de cobras.

Talvez a natureza esteja simplesmente a enviar-nos um aviso, daqueles que não costumamos ouvir muito ou que só prestamos atenção quando já é tarde demais: se a ilha é rochosa e só vivem cobras, talvez seja para que continue assim.. sem que o ser humano vá para este local montar um resort de luxo, certo?

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