
Manuela Saborido Muñoz, aristicamente conhecida como Manolita Chen, foi a primeira pessoa trans espanhola a mudar de nome e sexo no bilhete de identidade, na década de 80. A estrela de Cádiz, agora com 79 anos, tornou-se uma referência para o coletivo LGTBI, tornando-se uma empresária de sucesso. E decidiu usar o seu património para criar uma fundação para apoiar pessoas perseguidas pela sua identidade sexual e de género.
A artista, que tem uma casa-museu em Arcos de la Frontera, decidiu depositar todos os seus bens imobiliários e obras de arte na fundação. O objetivo é criar uma rede de apartamentos de acolhimento, segundo conta o El País. Durante a entrevista ao jornal espanhol, Manolita Chen tem a seu lado dois refugiados marroquinos, que tiveram de fugir por serem perseguidos no seu país. Uma história em tudo parecida à da artista, que também teve de fugir da sua família, depois de um longo historial de agressões, espancamentos, insultos e violações, ainda em tenra idade.
“Era impossível morar em Arcos. Sempre que vinha uma festa, diziam que era uma pena e prendiam-me ou trancavam-me no cemitério”, conta a artista. “Em casa espancaram-me quando tentei me vestir de menina. Fugi de Marrocos, acabei em Toledo, mas lá também me discriminaram. Eu canto bem e gosto de atuar, mas agora só quero trabalhar em qualquer coisa”, diz o jovem marroquino, citado pelo jornal.
Após a perseguição por motivos de orientação sexual e política sofrida em Marrocos, e depois de uma dura jornada tanto no seu país de origem quanto em Espanha, os jovens finalmente afirmam estar ambiente seguro. Irão começar a trabalhar na indústria hoteleira, depois de Chen ter conseguido arranjar-lhes um emprego.
Saborida já foi reconhecida com diversos prémios e condecorações, e está focada em dar impulso à fundação. Entre os seus objetivos está divulgar o seu legado como exemplo claro da memória histórica do coletivo e manter casas para pessoas LGTBI perseguidas.
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