"(...) Se pudéssemos fazer mil, ou duas mil, ou três mil casas de classe média, faríamos", diz CEO da Vanguard Properties.
Comentários: 0
Mais casas para a classe média portuguesa
José Cardoso Botelho, Managing Director da Vanguard Properties Crédito: Catarina Lopes

O Governo comprometeu-se, no programa Mais Habitação, a ceder património público devoluto (imóveis e terrenos) ao setor privado, de forma a aumentar a oferta de habitação em Portugal, nomeadamente para a classe média e a custos acessíveis à generalidade das pessoas. Uma iniciativa que é vista com bons olhos por parte dos promotores imobiliários, mesmo aqueles que operam mais no segmento de luxo, como a Vanguard Properties (VP). 

“(…) Estamos interessados em criar soluções habitacionais, mas nesta fase, nos segmentos mais baixos, há uma redução muito grande da procura por causa do crédito, que está mais difícil e mais caro. Se consideramos o custo da construção de um edifício, terreno, taxas urbanísticas, impostos, projetos, fiscalização e outros custos, o preço supera a capacidade média de uma família de classe média”, disse José Cardoso Botelho, CEO da VP, ao Jornal de Negócios. 

“Para baixar o custo”, salientou, “ou há uma disponibilização de terrenos por parte do Estado a preços muito competitivos [ou será difícil]”. 

O responsável adiantou, de resto, que a VP até tem experiência na promoção imobiliária de imóveis residenciais destinados ao segmento médio, mas não em Portugal. “O nosso grupo na Suíça, essencialmente, investe na gama da classe média. Temos cerca de 52 mil habitações em Genebra, mais de 90% são de classe média. Sabemos fazer, temos know how’ para tal, e é onde o verdadeiro mercado está. Temos uma máquina montada e capital e se pudéssemos fazer mil, ou duas mil, ou três mil casas de classe média, faríamos com certeza”, disse, citado pela publicação.

São várias as vozes que se fazem ouvir em torno da necessidade de apostar na construção e promoção de casas para a classe média em Portugal. Recentemente, por exemplo, Francisco Carmona, CEO da Alma Development, uma promotora imobiliária que aterrou em Portugal há cerca de um ano, disse ao idealista/news que esse caminho só será percorrido se o Governo trabalhar lado a lado com os promotores privados, estando a receita na “confiança e na estabilidade fiscal, legislativa e urbanística”.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta