As poupanças dos portugueses subiram a pique durante a pandemia da Covid-19. Mas, a partir daí, têm vindo a cair. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que no primeiro trimestre de 2023 a taxa de poupança das famílias foi de apenas 5,9%, um dos valores mais baixos dos últimos 23 anos. Por detrás desta queda está a subida das prestações da casa, da descida do poder de compra e a falta de incentivos à poupança.
Durante a pandemia, a taxa de poupança das famílias começou a subir, atingindo o pico de 13,7% do rendimento disponível no primeiro trimestre de 2021, o valor mais alto desde o verão de 2002, dizem os dados do INE citados pelo Expresso. Mas, desde então, tem vindo a descer, caindo para os 5,9% nos primeiros três meses de 2023, um valor abaixo do nível pré-pandémico. Só no terceiro trimestre de 2017 (5,7%) e em 2008 foram observados valores mais baixos.
Há vários motivos que explicam a queda das poupanças das famílias portuguesas entre 2021 e 2023, segundo o mesmo meio:
- Despesas com a casa mensais aumentaram devido ao aumento das prestações da casa por via da subida dos juros. Note-se que a maioria dos créditos habitação em Portugal são de taxa variável, sentido o efeito direto da subida da Euribor;
- Depósitos com taxas de juro baixas: embora estejam a subir, as remunerações ainda não estimulam os portugueses a aguardar dinheiro nos depósitos a prazo;
- Certificados de aforro com menor remuneração: quando a comercialização da série E esteve ativa, a taxa de juro estava nos 3,5%, o que estimulou a corrida aos certificados de aforro. Mas em junho passou a ser comercializada a série F com uma remuneração mais baixa (2,5%), levando a uma redução do investimento nestes certificados;
- Resgates dos Planos Poupança e Reforma (PPR) sobem: com os novos incentivos à utilização das poupanças dos PRR para pagar a prestação da casa entre outras despesas, os resgates têm sido cada vez mais frequentes.
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