Projeto de requalificação foi desenvolvido pelas arquitetas Filipa Cardoso de Menezes e Catarina Assis Pacheco.
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novo Martim Moniz
F|C Arquitectura Paisagista

A requalificação da Praça do Martim Moniz, em Lisboa, pretende criar um "Jardim do mundo” e propõe a reorganização da circulação viária. O projeto, selecionado por um júri de especialistas e aprovado em reunião da Câmara Municipal de Lisboa em 2023, foi desenvolvido pelas arquitetas Filipa Cardoso de Menezes e Catarina Assis Pacheco, e por uma equipa multidisciplinar de engenheiros, arquitetos paisagistas e botânicos.

“É um projeto para quem vive, circula e visita este espaço e é respeitador de diferentes hábitos, usos e culturas”, afirmou a vereadora do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, Joana Almeida.  A autarca falava na sessão participativa para apresentação do projeto, que decorreu no Hotel Mundial, esta segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024.

No âmbito do concurso público internacional para a requalificação da Praça do Martim Moniz, que decorreu de março a junho de 2023 e que recebeu 21 trabalhos, o vencedor escolhido pelo júri foi o projeto das arquitetas do atelier F|C Arquitectura Paisagista. No próximo mês de março, há uma exposição na praça com todos os trabalhos candidatos.

Martim Moniz
F|C Arquitectura Paisagista

“Durante décadas, esta praça foi alvo de inúmeras intervenções, umas mais conseguidas, outras menos, de projetos abandonados, de avanços, de recuos. Felizmente, o projeto que hoje é aqui apresentado resulta de um processo de participação pública”, disse a vereadora Joana Almeida, referindo que a população demonstrou “o desejo forte da criação de um novo jardim”.

Além de áreas verdes, os cidadãos reivindicaram “a promoção de uma diversidade de atividades, a melhoria da circulação rodoviária, eliminando-se o efeito ilha que esta circulação provoca na praça, a redução do ruído e a promoção de uma acessibilidade pedonal confortável e, ainda, o aumento da segurança”, realçou a autarca, considerando que o projeto vencedor para a requalificação da Praça do Martim Moniz reflete “um enorme respeito pelas vivências próprias do espaço, que preserva e valoriza”.

O projeto dedica toda a área central da praça à criação de “um jardim vivido, com diversidade de espaços e usos”, para acolher os diferentes utilizadores do espaço, bem como atrair novos utilizadores, e “propõe a reorganização da circulação viária, de forma a libertar o máximo espaço público para usufruto dos peões”, sublinhou a vereadora do Urbanismo.

“Queremos que seja o projeto de toda a cidade, um jardim do centro histórico e um jardim do mundo, utilizado por todas e por todos”, declarou Joana Almeida, referindo que o projeto ainda pode sofrer alterações, estando prevista uma segunda apresentação pública em junho deste ano, prevendo-se que a obra se realize “ao longo de 2026”.

“Vontade de trazer de novo o verde para a praça”

A arquiteta Catarina Assis Pacheco explicou que o projeto que está a ser desenvolvido pretende envolver todos os agentes que operam na Praça do Martim Moniz, referindo que a proposta parte de “ideias muito simples”, nomeadamente a “vontade de trazer de novo o verde para a praça”, tendo em conta “a aridez de toda a área envolvente”, com enorme carência de espaços verdes.

O projeto prevê “tirar uma das vias de trânsito”, concentrando a circulação automóvel no lado da Rua da Palma, com duas faixas para cada sentido e com uma rotunda a sul da praça, onde se ficarão instalados os terminais de transportes públicos, indicou a arquiteta Catarina Assis Pacheco, acrescentando que o pavimento em tons mais claros, refletindo a ideia de ter menos carros na zona da Baixa, dar espaço ao peão e às bicicletas.

Martim Moniz
F|C Arquitectura Paisagista

A arquiteta Filipa Cardoso de Menezes disse que “o grande protagonista da intervenção é o sol vivo, o maior agente de biodiversidade”, adiantando que o novo jardim vai ligar a “grande diversidade” de pessoas e de vegetação do mundo, com a escolha de espécies de vários continentes, permitindo aos utilizadores do espaço recordarem memórias através da vegetação.

“O mundo inteiro cabe aqui”, reforçou a mesma arquiteta, revelando que se prevê a criação de uma cisterna para reaproveitamento de água, o que será feito à custa da supressão de alguns lugares de estacionamento subterrâneos, entre “3% a 4% da capacidade do parque”.

*Com Lusa

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