Maioria das desistências da procura deve-se ao preço (55%), quando há sete anos era por não se encontrar a casa pretendida (42%).
Comentários: 0
comprar casa
Foto de Karolina Grabowska no Pexels

Se em 2018, o principal motivo para desistir de comprar ou arrendar uma casa era não encontrar o que se procurava, atualmente, é o preço que dita “as regras”. Segundo o estudo Observatório do Imobiliário Century 21, o fator económico representa o principal entrave no acesso à habitação.

O “Estudo da Habitação em Portugal 2024 - O que mudou nos últimos anos” revela que 55% dos inquiridos que desistiram da compra ou arrendamento foram motivados por razões financeiras, quando antes (em 2018) era por não se encontrar a casa pretendida (42%).  A tendência mantém-se se olharmos para a Grande Lisboa, onde o preço é, para 51,2% dos indivíduos, a maior barreira.

O estudo publicado pela mediadora traça o perfil de quem compra, arrenda e vende casa em Portugal, quais as suas aspirações e a sua realidade. Afinal, quais as tendências do mercado habitacional no país?

Maioria quer T3 para viver, mas tem que optar por T2 mais pequenos

Em Portugal, os apartamentos T2 e os T3 continuam a ser as tipologias predominantes entre a procura e a oferta, contudo, a maioria das pessoas procura um T3 para comprar ou arrendar, mas tem que optar por um T2.

“Além disso, as áreas são menores e as escolhas acabam por ter de recair mais em apartamentos para não se esgotar o orçamento atribuído. O preço real fica 4% abaixo do valor que os portugueses acreditam que podem pagar e a renda é semelhante. Verifica-se ainda que é necessário fazer ajustes em termos de prioridades relativamente às comodidades da casa, às valências da zona envolvente e das condições”, lê-se ainda.

  • E na Grande Lisboa?

Também na procura de casas na Área Metropolitana de Lisboa, a grande tendência é procurar um apartamento usado sem necessidades de obras. “A tendência é que essa procura incida em zonas junto ao centro, mas com vários ajustes a fim de não se esgotar o orçamento desejado”, indica o relatório.

De acordo com o Observatório do Imobiliário, há uma ideia do que se pode pagar, contudo, com a subida das taxas de juro, quando as famílias pedem um empréstimo o valor que podem assumir baixa devido à taxa de esforço limite imposta pelo Banco de Portugal (BdP).

habitação em Portugal
Foto de Karolina Grabowska no Pexels

Qual a solução? Optar por casas de menor tipologia (T2 e não T3), também mais pequenas em área, além de, assim como a nível nacional, também existirem ajustes em termos de prioridades relativamente às comodidades de casa, condições e valências da zona envolvente.

Oferta de habitação nas periferias mais cara

Face a 2018, “a oferta de habitação continua praticamente na mesma linha”. Em Portugal, os apartamentos usados sem necessidade de obras, T3, com um wc, de 91 a 120 m2, com terraço, varanda e garagem “predominam entre a oferta ativa e a que acaba por ser escoada”.

“Contudo, as que foram absorvidas localizam-se no centro da cidade e as que estão em oferta situam-se nas zonas periféricas e no centro. Daí resultam ajustes nas condicionantes. É ainda de notar que, mesmo com uma localização menos central, a oferta que está disponível tem elevadas expetativas de preço, pretendendo valores 7% acima das que foram escoadas e rendas idênticas”, salienta o estudo.

Motivações para procurar casa, vender ou arrendar: resumo

  • Porque procuro? 21% quer ser independente; 14% por casamento/união; 13% pretende mudar para uma casa melhor.  
  • No que estou disposto a ceder? 21% afirma que é o facto de não ser novo ou não precisar de obras; 26% diz que é ter menos área e 25% nas áreas exteriores.
  • Porque desisto? 55% devido ao preço; 23% indica que não é o momento certo e 18% por não encontrar o que procurava.
  • Porquê vender? 19% dos portugueses precisa de dinheiro; outros 19% querem mudar para uma zona ou casa melhor; 16% revela precisar de liquidez para fazer investimento.

Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal. Também podes acompanhar o mercado imobiliário de luxo com a nossa newsletter mensal de luxo.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta