
Os telhados de duas águas são uma característica comum da arquitetura tradicional em muitas partes do mundo. Entre as razões que o tornaram um estilo tão difundido estão as alterações climáticas, uma vez que são úteis para a gestão das águas pluviais e para a proteção contra a neve, mas também porque podem permitir uma melhor ventilação e utilização da luz natural no interior da casa.
Fiel a esta forma de arquitetura, encontramos Duplex, uma elegante residência minimalista situada em Leipzig-Portitz, na Alemanha, concebida pelo Atelier ST. Inspirada nas formas tradicionais, esta casa adopta a silhueta clássica de uma estrutura de empena, mas com um toque contemporâneo: dois volumes esguios e escalonados que se entrelaçam harmoniosamente.
Esta disposição adapta-se com sensibilidade à escala e ao meio envolvente, criando uma casa eficiente e esteticamente apelativa. Ao mesmo tempo que reproduz a ideia das casas geminadas vizinhas, o seu design de telhado de duas águas procura criar uma identidade arquitetónica única, com aberturas amplas que enquadram as vistas para a floresta e o pomar. “A forma do novo edifício, que consiste em dois volumes com telhado de duas águas unidos entre si, brinca com as estruturas de pequena escala da área circundante”, explica o estúdio.

Betão e uma majestosa porta em arco
A transição entre o público e o privado é habilmente gerida através de uma entrada cuidadosamente concebida. Um pátio pavimentado, com espaço para estacionamento e acesso, conduz suavemente da rua para a privacidade da residência. O pomar ocidental, protegido dos olhares indiscretos, torna-se um oásis privado onde terraços, uma piscina e zonas verdes se entrelaçam num jogo de texturas e cores.

Mas uma das coisas que mais se destaca é a utilização do betão como um dos principais materiais. “As paredes exteriores são construídas em betão aparente de uma só camada, formando a principal estrutura de suporte do edifício. A superfície de betão é caracterizada por uma cofragem de tábuas serradas”.
A entrada principal, através de um majestoso portal em arco virado a nascente, convida a luz da floresta a inundar um amplo hall. A partir daqui, acede-se a uma espaçosa cozinha e sala de jantar com acesso direto ao jardim. Subindo alguns degraus a partir do nível do jardim, a sala de estar separada, que se estende até ao teto, oferece um espaço único com uma lareira em contraste com as paredes de betão à vista.

Pedra natural e proteção térmica
No interior da casa, a dualidade entre a robustez exterior e o calor interior é evidente. Os elementos curvos das portas e dos corredores tornam-se um motivo recorrente que se reflete no revestimento de barro, criando uma atmosfera acolhedora e única.

Neste espaço interior, a utilização de materiais como a pedra natural verde Anröchter Grün contrasta com o parquet quente de carvalho oleado, marcando a transição entre o público e o privado. Mas também acrescenta uma dimensão extra de sustentabilidade, graças ao seu caráter térmico. “O isolamento térmico interior de calcário de cânhamo em combinação com reboco de argila tem em conta a proteção térmica e as considerações ecológicas”, afirmam.
O piso superior alberga as áreas mais privadas, incluindo uma suite principal num nível de mezzanine, bem como quartos adicionais para crianças, hóspedes e trabalho, cada um concebido para se ligar harmoniosamente ao ambiente natural através de aberturas estratégicas que enquadram as vistas da paisagem circundante.


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