
As taxas de juro no crédito habitação continuam a rota de descida, perante a queda da Euribor e de uma maior contratação de empréstimos a taxas mistas mais acessíveis. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira divulgados refletem isso mesmo: os juros implícitos no total de créditos da casa existentes no país caíram para 4,417% em agosto, reduzindo as prestações da casa para 404 euros. E nos créditos habitação mais recentes, os juros desceram para 3,665% nesse mês.
“A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação diminuiu para 4,417% em agosto, traduzindo uma descida de 7,0 pontos base (p.b.) face a julho (4,487%), acumulando uma redução de 24,0 p.b. desde o máximo atingido em janeiro de 2024 (4,657%)”, começa por explicar o INE na nota estatística publicada esta quinta-feira (19 de setembro).
E para o destino de financiamento aquisição de habitação - o “mais relevante” no conjunto do crédito habitação -, a taxa de juro implícita para o total dos contratos desceu para 4,377% (-7,1 p.b. face a julho).
Esta redução dos juros pouco se refletiu na prestação da casa, que ficou (em média) nos 404 euros em agosto, menos um euro face a julho. Ainda assim, a parcela de juros continua a ser a que mais pesa na prestação da casa:
- Juros: 242 euros (60% do total);
- Capital amortizado: 162 euros (40%).
A prestação da casa também continua a ser superior há observada há um ano, nomeadamente está 25 euros acima da registada em agosto de 2023, altura em que a componente de juros representava 57% do valor médio da prestação (379 euros).
Por outro lado, o INE dá conta que o “o capital médio em dívida para a totalidade dos créditos habitação aumentou 345 euros, para 66.874 euros” em agosto.
Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal.
Novos créditos habitação: juros estão abaixo de 3,7%
É nos novos créditos habitação – aqueles que foram contratados nos últimos três meses – que se sente a maior queda dos juros. Isto porque refletem logo as taxas Euribor mais baixas e, a sua grande maioria, está a ser contratada a taxas mistas mais acessíveis.
“Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro fixou-se em 3,665%, 4,8 p.b. inferior à observada no mês anterior, sendo, neste caso, de 71,5 p.b. a diminuição acumulada desde o máximo atingido em outubro de 2023”, destaca o instituto.
Para quem pediu financiamento bancário para a compra de casa entre junho e agosto, os juros caíram ainda mais (-5,2 p.b), fixando-se em 3,639%.
Mas, apesar da descida dos juros, a prestação da casa ficou mais cara nestes novos contratos: “O valor médio da prestação subiu 6 euros face ao mês anterior, para 617 euros, o que corresponde a uma descida de 1,0% face ao mesmo mês do ano anterior”.
Isto pode estar relacionado com o facto de as famílias estarem a pedir mais dinheiro emprestado aos bancos, já que nos contratos de crédito da casa celebrados nos últimos três meses, o montante médio em dívida foi 128.791 euros, mais 1.250 euros do que em julho.
Para poder comentar deves entrar na tua conta