A Reserva Federal (Fed) norte-americana decidiu manter as taxas de juro inalteradas na reunião desta quarta-feira (dia 29 de janeiro), marcando, assim, uma pausa no ciclo de três descidas iniciado no ano passado. Esta foi a reação do banco central norte-americano à incerteza das políticas de Donald Trump, novo presidente dos EUA.
Com esta decisão, naquela que foi a primeira reunião do ano, as taxas de referência do banco central norte-americano continuam no intervalo de 4,25%-4,5%, tal como já era antecipado pelos mercados e pelos analistas.
No comunicado onde anuncia a decisão, o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) aponta que "os riscos para alcançar os objetivos de emprego e de inflação estão aproximadamente equilibrados", sendo que as perspetivas económicas "são incertas e o Comité está atento aos riscos para ambos os lados do duplo mandato".
A atividade económica continuou a expandir-se a um ritmo sólido, considera a Fed, enquanto a taxa de desemprego estabilizou num nível baixo nos últimos meses e as condições do mercado de trabalho permanecem sólidas. Já a inflação "permanece um pouco elevada", sendo que em dezembro se fixou nos 2,9%, acima da meta de longo prazo da Fed de 2%.
Banco central está a aguardar impacto das políticas de Trump
Questionado sobre o impacto das políticas de Trump nas perspetivas económicas e na decisão de política monetária, Jerome Powell, presidente do banco central, salientou que a Fed "está no modo de esperar para ver que políticas vão ser aplicadas". "Não sabemos como será a política orçamental, ainda não vimos muito" e serão necessários mais detalhes para fazer uma avaliação, apontou.
O responsável assumiu, ainda assim, que a Fed está a analisar as ordens executivas que têm sido assinadas por Trump à medida que são disponibilizadas e que vai alinhar as políticas tendo em conta os possíveis impactos.
Ao manter as taxas de juro inalteradas a Fed assume uma posição cautelosa, apesar das pressões de Trump em sentido contrário. Na semana passada em Davos, o Presidente dos EUA disse iria exigir uma descida das taxas de juro, querendo intervir nas decisões do banco central que devem ser independentes. Powell não quis fazer comentários sobre estas declarações, apontando que tal não seria "apropriado".
Quanto a decisões futuras, a Fed continuará a analisar os dados e a monitorizar as "implicações das informações recebidas para as perspetivas económicas". Na última reunião, em dezembro, já só eram perspetivados pelos membros dois cortes de juros em 2025. Recorde-se que no ano passado, a Fed cortou as taxas três vezes consecutivas desde setembro, numa redução que totalizou os 100 pontos base.
*Com Lusa
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