Carteira imobiliária da SCML é composta por 664 imóveis no valor de 1.170.000.000 euros, revelou o provedor Paulo Sousa, no SIL.
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Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
Paulo Sousa, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. no SIL Créditos: Gonçalo Lopes | idealista/news

A carteira imobiliária da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) é composta por 664 imóveis – 267 prédios, 32 terrenos para construção, 210 frações dispersas e 155 prédios rústicos – no valor de 1.170.000.000 euros. Os números foram divulgados esta sexta-feira (11 de abril de 2025) pelo próprio provedor da instituição, Paulo Sousa, numa conferência que se realizou durante o Salão Imobiliário de Portugal (SIL). “Temos basicamente uma estrutura patrimonialista, este podia ser um grande fundo de investimento imobiliário”, observou. 

Voltando aos números, Paulo Sousa revelou que o portefólio da SCML encontra-se, sobretudo, na cidade de Lisboa (392 imóveis/59% do número total de ativos/973 milhões de euros em valor).  

“Cerca de 80% dos imóveis (532 num total de 664) estão afetos a uma carteira de rendimento. Temos basicamente uma estrutura patrimonialista, este podia ser um grande fundo de investimento imobiliário se tivesse juridicamente essa forma, mas não é. E depois, 20% dos ativos (132 imóveis) estão afetos à nossa atividade”, explicou. 

Entrando em detalhe, referiu que na área do rendimento, “enquanto proprietário que se dedica a colocar a grande maioria dos ativos no mercado de arrendamento”, a SCML tem assinados 719 contratos, com um valor global de receita de 10.835.491,30 euros por ano. Valor esse “que tem vindo a crescer nos últimos tempos”, esperando-se que seja essa a tendência nos próximos anos, antecipou Paulo Sousa.

A renda média praticada é de 1.255,85 euros, a mínima é de 6,48 euros e a máxima é de 80.000 euros, assegurou, salientando que “o valor total das receitas da carteira pode subir muito, porque há um conjunto de ativos significativo que não está com rendimento”. Trata-se de imóveis que estão degradados e a precisar de ser reabilitados. “É esse processo que está em curso para trazê-los como ativos performativos para a nossa carteira”, acrescentou.  

Relativamente aos 132 imóveis afetos à atividade da SCML, o provedor indicou que estão em causa 66 prédios, 60 frações dispersas e cinco prédios rústicos. “A grande maioria destes imóveis está afeta aquilo que é a missão da SCML, que é atividades na área social (92 imóveis/69,7%)”, disse.

Jogos sociais são principal fonte de receita, mas peso da carteira imobiliária está a crescer

Paulo Sousa destacou a vontade que tem de, no seu mandato – tomou posse há cerca de um ano, em maio de 2024 –, otimizar os recursos da SCML, rentabilizando os ativos e colocando-os ao serviço da sociedade. 

“Esta carteira tem duas grandes obrigações. Primeiro ser capaz de gerar rendimentos alternativos para o financiamento da nossa atividade social. A principal fonte de receita são os jogos sociais e diria que em segundo lugar é possível que, a prazo, seja a carteira imobiliária a financiar a atividade social da SCML. Por outro lado, ser capaz de permitir o nosso desempenho e atividade na área social”, sustentou. 

Estes são os objetivos a que se propõe a SCML, segundo Paulo Sousa:  

  • Diminuir a ‘vacancy rate’;
  • Atualizar e rentabilizar ativos imobiliários. “Não o fazer significa, em determinado momento, estar fora do mercado ou ter níveis de rentabilidade diferente. É um caminho que temos de fazer”;
  • Diminuir a taxa de incumprimento entre os inquilinos;
  • Atualizar as rendas para valores de mercado. “Este tem de ser um ato normal de quem gere uma carteira de rendimento”;
  • Estratégia ativa de comercialização. “É algo que as nossas equipas começam a ter presente. Ter um imóvel fora de mercado x meses significa perca de rendimento”;
  • Substituição de arrendamentos de terceiros. “A SCML tinha mais de dois milhões de euros de rendas pagas a terceiros por ativos que utilizava. É um processo de migração que estamos a fazer para que sejam utilizados imóveis próprios para as necessidades que a SCML tem;
  • Alienar ativos não core e não performativos. O objetivo é “vender ativos que não geram rendimento, que têm um nível de degradação enorme e que, por isso, exigirão um investimento brutal que não temos capacidade de gerar rapidamente”;  
  • Estabelecer parcerias com entidades públicas e privadas;
  • Trazer novos produtos imobiliários ao mercado. “A este propósito, lançamos hoje [11 de abril de 2025, no SIL] o Edifício Sousa Martins 24, um excelente empreendimento que será colocado em mercado de arrendamento”, conclui Paulo Sousa.  

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