Os celeiros tornaram-se um ícone da paisagem agrícola norte-americana. De facto, muitos deles foram reabilitados, mantendo as suas partes essenciais e valorizando-os, enquanto novos edifícios foram construídos seguindo os seus princípios estéticos. E alguns são verdadeiras casas de sonho, como é o caso do projeto Clinton Corners House, uma habitação que reinterpreta a linguagem dos antigos celeiros do norte do estado de Nova Iorque (EUA) e a transforma numa experiência residencial de alto nível.
Esta casa de sonho, revestida em cedro carbonizado e coroada por um telhado de duas águas, demonstra como a tradição pode fundir-se com a modernidade e com o design, sem abdicar da funcionalidade nem do conforto.
Silhueta rural com alma moderna
Situada numa propriedade com vistas abertas para bosques e prados, a cerca de 130 quilómetros de Manhattan, esta residência, projetada pelo estúdio nova-iorquino Desai Chia Architecture, foi concebida como um refúgio familiar afastado da agitação urbana. "O objetivo dos proprietários era criar um ambiente divertido e fluído onde pudessem educar os filhos, receber convidados durante as férias e desfrutar de uma pausa longe da cidade", explica o estúdio.
A casa parte do perfil clássico dos celeiros da região, mas reveste-o de uma “sensibilidade contemporânea”. A estrutura principal, de dois andares, integra-se no terreno inclinado através de um muro de contenção em betão, que permite o acesso ao nível do solo em ambos os pisos.
Este desenho possibilita a ligação com a paisagem e, ao mesmo tempo, melhora a eficiência térmica do edifício. Tal como referem no estúdio: "A integração do piso inferior na paisagem permite que a temperatura da terra modere a temperatura interior em ambos os andares".
O volume retangular e a silhueta de duas águas são uma homenagem ao imaginário agrícola tradicional, enquanto a escolha do revestimento em cedro vermelho carbonizado, através da técnica japonesa shou sugi ban, confere ao edifício uma estética escura, sofisticada e resistente ao passar do tempo.
Espaços luminosos e abertos
Se o exterior evoca solidez e tradição, o interior revela exatamente o contrário, trazendo luz, calor e sofisticação. O piso superior da casa acolhe tanto as zonas sociais como os quartos principais.
No centro, uma grande sala aberta reúne a cozinha, a sala de jantar e a sala de estar, tudo sob um teto abobadado atravessado por finas varas metálicas. "Os elementos esbeltos acentuam o volume elevado e expressam a estrutura com delicadeza e leveza", explicam no estúdio.
Num dos extremos deste espaço ergue-se uma escultural lareira negra, cuja geometria assimétrica dirige o olhar para cima, inspirada nas formas irregulares dos celeiros. No lado oposto, a cozinha combina tons escuros, criando uma coerência visual sem abdicar do contraste.
Os acabamentos interiores em carvalho branco, presentes nos pavimentos e nas paredes revestidas a painéis, acrescentam calor ao conjunto, enquanto os grandes vãos envidraçados emolduram as vistas da paisagem e reforçam a ligação com o ambiente natural.
No piso inferior encontra-se uma segunda sala de estar, um ginásio, a zona de lavandaria e dois quartos adicionais, pensados para convidados ou atividades mais privadas. Este piso abre-se diretamente para um pátio com piscina, tornando-se num espaço ideal para o verão.
Uma escada exterior liga os dois níveis e funciona como elo entre os terraços sociais e a área da água. "A sua forma monolítica inspira-se nos silos de grão agrícolas", comenta o estúdio, reforçando assim a coerência temática do design.
No total, a casa conta com cinco terraços distribuídos entre os dois pisos, oferecendo inúmeros recantos ao ar livre para desfrutar das vistas, do sol ou da tranquilidade do campo.
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