Ninguém fica indiferente ao facto de, atualmente, a produção de alimentos estar a causar um impacto negativo na natureza. Segundo a ONU, a indústria alimentar consome uma significativa quantidade de energia (30%), sendo responsável por quase um terço das emissões de gases de efeito de estufa.
A alimentação sustentável surge assim como uma das formas de melhorar o mundo. Mas o que significa? Que certificados existem? E que comportamentos podemos todos adotar para ajudar o planeta? Esclarecemos tudo em seguida.
O que é uma alimentação saudável e sustentável?
Uma alimentação saudável e sustentável não se trata apenas uma decisão individual: implica considerar o impacto que as nossas escolhas alimentares têm no meio ambiente. Tendo em conta as previsões de que em 2050 existirão 9,6 bilhões de pessoas no mundo, é crucial repensarmos os nossos hábitos. Então porque devo seguir uma alimentação sustentável?
- Variedade de produtos no prato: podes incluir mais verduras, frutas e leguminosas na tua dieta. Além de colorirem os pratos, vão contribuir para uma alimentação equilibrada;
- Preferência pelos produtos locais: promoves a economia regional e ajudas a reduzir a pegada de carbono inerente ao transporte de alimentos;
- Desperdício zero: podes atingi-lo ao planear as refeições com antecedência, aproveitando as sobras e diminuindo o uso de plásticos para guardar os alimentos;
- Reduzir o consumo de carne e peixe: existem alternativas ricas em proteínas que podem ser integradas na tua dieta, contribuindo para a redução do impacto ambiental.
Alimentação sustentável: o que significa o certificado dos alimentos?
Os certificados alimentares oferecem detalhes sobre a produção e eventual processamento dos produtos. Eis alguns dos certificados que poderás encontrar atualmente em Portugal e nos países da União Europeia:
| Certificados | Designação |
Agrobio | Certificado de produto biológico |
Certificação V-Label | Certificados de produtos vegan e vegetarianos |
Certificado APC | Certificado “Gluten Free” |
Produtos DOP | Denominação de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP) |
MSC | Selo azul do MSC (Marine Stewardship Council) |
Global G.A.P. | Certificação GlobalGAP |
- Certificado de produto biológico: utilizado nos rótulo de alimentos naturais, sejam estes processados ou não. No entanto, só possuem este selo os produtos provenientes uma produção agrícola sem agrotóxicos, transgénicos e fertilizantes sintéticos. Os produtos biológicos conservam os recursos naturais, recuperam a fertilidade do solo e promovem maior qualidade de vida aos produtores, pois não têm contacto com adubos químicos;
- Certificado vegan: atesta produtos que não disponham de ingredientes de origem animal, que não foram testados animais, e que os fabricantes e fornecedores de ingredientes e matérias-primas também não fazem testes em animais. Existe também o certificado vegetariano;
- Certificado “Gluten Free”: usado em produtos sem glúten é especialmente orientado a celíacos. Além de solidariedade, este certificado garante segurança aos alimentos e aos estabelecimentos;
- Denominação de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP): estes selos são encontrados nos alimentos produzidos numa região específica e seguem métodos tradicionais;
- Selo azul do MSC (Marine Stewardship Council): encontrado em peixe selvagem e produtos do mar com origem em pesca sustentável;
- Certificação GlobalGAP: produtos alimentares seguros, que foram produzidos de forma sustentável, com respeito pelo ambiente e pelo estar dos trabalhadores e dos animais.
Podes também encontrar o Rótulo Ecológico da União Europeia (EU Ecolabel) que identifica os produtos ou serviços cujo intuito é reduzir os efeitos negativos provocados pela produção.
Vantagens de uma alimentação saudável
A distinção entre alimentos sustentáveis e os alimentos convencionais reside na contribuição dos primeiros para a preservação de recursos hídricos, solo e biodiversidade local.
Uma alimentação saudável e sustentável caracteriza-se pelas seguintes vantagens:
- Melhorias na saúde e bem-estar: assegura o bom funcionamento do corpo, contribuindo para uma maior qualidade do sono e para uma maior energia na realização das tarefas diárias;
- Diminuição das doenças cerebrais: uma alimentação variada, com menor consumo de carnes processadas e menor consumo de peixes criados em viveiros ou pescados no fundo do mar, pode ajudar no controlo de condições como Alzheimer e demência;
- Mitigação dos gases de estufa e reflorestação: diminuir em 50% a produção de alimentos de origem animal pode permitir uma redução de 64% nas emissões de C02 e outros gases de efeito de estufa até 2050. Além disso, protege a Amazónia, onde a pecuária é a principal causa de desflorestação;
- Proteger espécies em vias de extinção: a alimentação saudável protege parte das mais de 20.000 espécies em risco de extinção até 2060.
Convém estar consciente de que a crescente competitividade no mercado tem levado a investimentos em técnicas de produção nem sempre mais saudáveis. Tenta ter o máximo de cuidado, ler rótulos e certificados com atenção, para garantir que a tua alimentação é realmente a mais sustentável.
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