Casa Decor Madrid rendida aos encantos da casa portuguesa

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27 Junho 2016, 8:18

É um apaixonado por Portugal, que considera ser um "país sofisticado e elegante". Pepe Leal é um dos mais conceituados decoradores espanhóis da atualidade e aceitou o desafio da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) para ser o responsável pelo Espaço de Portugal na Casa Decor Madrid 2016, que ao longo de um mês e meio funcionou como uma montra do país na capital espanhola.

Reunindo os produtos de mais de 20 empresas portuguesas da fileira casa, selecionadas por si de um lote de mais de 200 companhias lusas, o interiorista madrileno desenvolveu o projeto tendo como meta "romper com a ideia feita de que Portugal é rústico, decadente e antigo" e destacar "o mérito de ser um país onde a tradição e a atualidade convivem em paz e com qualidade", segundo contou Pepe Leal ao idealista/news.

A qualidade da fileira casa portuguesa

Pela primeira vez na história da Casa Decor Madrid, a edição deste ano (51ª), que fechou as portas este domingo, contou com a participação de uma marca país, a de Portugal - em paralelo com as mostras de 130 profissionais a título individual. Considerada como o epicentro das últimas tendências da arquitetura, decoração e design na vizinha Espanha, a AICEP decidiu que esta seria uma "oportunidade de ouro" para promover as empresas portuguesas do setor e propôs à organização do evento a criação de um Espaço Portugal.

"Consideramos que a Casa Decor Madrid é um espaço muito interessante porque passam por aqui muitos profissionais, que depois vão criar a tendência, mas também o público, ao longo de um mês e meio", explica Eduardo Henriques, conselheiro Económico e Comercial da AICEP, em Madrid, ao idealista/news, frisando que "este ano, devido a esta localização fantástica no centro de Madrid, chega também aos turistas estrangeiros".

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100% made in Portugal, mas sem galos ou toalhas

Desde os tetos, passando pelas paredes e o chão, até à própria decoração, tudo é português no "canto lusitano" que foi criado na Casa Palácio Atocha 34, numa área com 74 m2.

"Temos a chamada fileira casa, com produtos de toda a gama com qualidade e numa mistura perfeita entre o que é mais tradicional e inovador, retratando bem o que é Portugal hoje em dia", argumenta Eduardo Henriques, dando nota de que todo o processo arrancou com a escolha do decorador e, neste ponto, "foi essencial ser um espanhol para garantir uma maior neutralidade na seleção das empresas".

Projeto difícil, mas aposta ganha

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Pepe Leal apresentou o melhor dos CV e deu a garantia de que seria capaz de reunir todas as empresas.

"Conseguir montar um conceito que juntasse tudo isto não era fácil, mas aceitei o desafio porque já sabia que em Portugal se fazem coisas incríveis e que a maioria das pessoas aqui em Espanha não conhece", conta o decorador.

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(Pepe Leal fotografado por decasa.tv)

E a receção do público não podia ter sido melhor, segundo dizem os dois responsáveis ao idealista/news, que confirmou esta mensagem in loco, em reportagem.

"As pessoas têm-se mostrado muito surpreendidas. Por exemplo, sabem que Portugal trabalha com cortiça, mas nunca tinham visto uma cortiça 3D, trabalhada da forma como colocámos no teto. E que este produto se vende assim. Ou o tecido das cadeiras", aponta Pepe Leal.

Para a AICEP "foi uma aposta ganha e esse feedback vem também das empresas, que em geral estão todas satisfeitas".

O responsável deixa a porta aberta para voltar a repetir a iniciativa no ano que vem, mas diz que está ainda tudo em aberto, explicando que "vai depender muito do que agora as empresas consigam concretizar em termos de negócio, nos próximos meses".

Quanto a levar a ideia para outros países, considera que "seria interessante mas muito difícil de concretizar devido às questões logísticas".