Criar para dar “qualidade de vida às pessoas”. Este é um dos objetivos do atelier Artspazios, em Viseu, que o idealista/news visitou.
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Pedro Gois (Colaborador do idealista news) ,
Joana Malaquias (Colaborador do idealista news)

Um apartamento no centro de Viseu que nos faz sentir como num resort de luxo em qualquer lugar do mundo. Sente-se paixão pelo espaço e é exatamente na mesma intensidade que observamos os olhares trocados por este casal – André Oliveira e Liliana Costa, arquitetos e sócios fundadores do atelier Artspazios. Apaixonados um pelo outro, pelo equilíbrio, pela natureza, beleza e arte -  e pela vontade de criar espaços capazes de dar qualidade de vida às pessoas.

A abrangência do negócio, que passa pela arquitetura, engenharia, urbanismo, e design, foi a consequência natural da visão deste casal. “A arquitetura não pode ser apenas o espaço físico, paredes e tetos. Tem de haver uma ligação direta entre o cliente que vai utilizar aquele espaço, independentemente de ser uma habitação ou se está aberto ao público”, explica um dos responsáveis da Artspazios.

Conscientes dos desafios, por estarem em Viseu, acreditam que a arquitetura pode inspirar os outros a verem o potencial dos espaços, como é o exemplo do apartamento em que receberam o idealista/news para uma conversa no âmbito da rubrica “Em casa do arquiteto”.

projeto de arquitetura
Atelier Artspazios

Quem é a Artspazios?

Eu diria que Artspazios é um sonho partilhado que começou com duas pessoas, eu e a Liliana, e que hoje é partilhado pelas equipas que compõem a nossa organização e, acredito, que também seja pelos nossos clientes.

Nós acreditamos que somos os espaços onde vivemos, e nasceu aí o nosso propósito de proporcionar qualidade de vida às pessoas.

Queremos poder ouvir e compreender os clientes, para dar resposta àquilo que são as suas expectativas, as suas necessidades, os objetivos, e poder criar uma espécie de cumplicidade entre nós e o cliente. Trabalhamos todos os dias para unir todos os elementos num resultado que se proponha positivo.

E como tem sido trabalhar em casal?

Hoje vou dizer que é fácil. Mas foi um desafio. Eu acho que foi uma vantagem conhecermo-nos durante o curso, mas só no terceiro ou quarto ano é que começámos a ter uma relação pessoal. O maior desafio foi quando começámos a trabalhar e a compatibilizar espaço. Mas depois, como referi, isto é um sonho partilhado e percebemos que são mais os pontos comuns do que as desavenças ou as divergências. Paralelamente percebemos qual é que podia ser o espaço de cada um. Eu costumo dizer que a Liliana é a cabeça disto tudo e eu posso ser o coração, no sentido de energia. Quando percebemos isso podemos formar um corpo, e hoje temos cerca de 40 pessoas ligadas a nós, diretamente ou colaboradores, que formam uma árvore.

Este é o nosso caminho, temos as nossas divergências, temos os nossos momentos, mas eu acho que é importante salientar isso porque é nessas divergências, nesse debate construtivo, que nasce o melhor de nós. Percebermos a importância da diferença, saber dialogar e debater, e daí tirar uma conclusão.

Quais têm sido as conclusões mais importantes?

Percebemos que o nosso trabalho se baseia em três grandes pilares: pensar, criar e inspirar.

Existindo cumplicidade entre nós e o nosso cliente, entrando no mundo do cliente, sabemos o que é o mundo para ele, quais são as experiências, quais são as expectativas e os objetivos, independentemente do tipo de projeto. Assim, pensamos com ele e vivemos com ele o sonho que depois vamos ajudar a criar. Claramente, quando este diálogo funciona entre as partes, sentimo-nos concretizados e sentimos que inspiramos alguém. É quase a concretização do nosso sonho.

projeto de arquitetura
Atelier Artspazios

Se nós inspirarmos alguém, significa que isto pode ser uma espécie de ciclo infinito, porque alguém que está inspirado vai ter bons pensamentos, vai saber o que quer fazer, vai ter motivação para criar alguma coisa, independentemente de não estar associado à nossa área.

O vosso negócio e a vossa inspiração são muito abrangentes. Que serviços oferecem?

Nós acreditamos numa visão holística ou integrada do que é a criação do espaço e a relação direta entre o seu utilizador e o espaço construído. Por isso cedo percebemos que não podíamos ficar só pelo projeto de arquitetura, e falando do ponto de vista formal, do que é que é licenciável. Não são só paredes, tem que existir uma conexão direta entre aquilo que nós vamos pensar, projetar e materializar num determinado espaço para que a experiência signifique muito mais para os seus utilizadores.

Temos que pensar, por exemplo, como é que as pessoas se vão relacionar com a iluminação, seja ela natural ou artificial. Como é que eles vão vivenciar o espaço, dependendo da própria função do espaço? Se é uma clínica, se as pessoas estão sentadas à espera, percebemos a importância de quebrar o gelo, do ponto de vista de cor, de materiais e texturas, para que as pessoas quase que se esqueçam que estão numa clínica e que vão receber determinado tratamento.

projeto de arquitetura
Atelier Artspazios

Mais uma vez, pensar e depois criar. Então criámos também serviços relacionados com construção. Temos pessoas nas diversas áreas que estão ligadas à construção. Isso dá-nos domínio sobre o que está a acontecer, e permite inovar e melhorar o processo de concretização.

Também integramos a paisagem, paisagismo, ou seja, o desenho do jardim desde o início, com uma equipa específica. Depois, os materiais, a textura, a decoração. A nossa visão integrada obriga-nos a tocar em todos esses pontos.

Existe uma linguagem visual que vos caracteriza?

Todos os projetos são diferentes, porque todos os clientes são diferentes. Ainda assim, é curioso observar, e partilharem connosco que conseguem identificar características que são comuns, seja a questão da relação com o exterior, a questão dos pátios interiores, essa relação com a natureza, o detalhe da textura, a seleção e relação entre cores e controlo de luz, concretizados através de coisas materiais. Todos estes aspetos físicos, jogados de diferentes formas, têm resultados diferentes, e vão ao encontro da expectativa de alguém. Porque nós não fazemos projetos para nós, fazemos projetos para alguém, estamos a prestar um serviço.

Como tem sido desenvolver este projeto em Viseu?

Eu diria que tem vantagens e desvantagens, como tudo. No entanto, nós queremos ver como uma vantagem, ou queremos mostrar que é possível estar em Viseu e tirar o melhor que Viseu tem – ser uma cidade pequena e um meio urbano ainda controlado.

projeto de arquitetura
Atelier Artspazios

Geograficamente, na nossa opinião, está estrategicamente localizado, rapidamente estamos no Porto, em Aveiro, em Espanha ou em Lisboa.

Sentimos que Viseu nos permite uma tranquilidade e uma relação diferente com o dia a dia, com o exterior, com a natureza, e nas vivências entre pessoas. Isto influencia diretamente os nossos projetos, independentemente de serem aqui ou fora.

No início foi um desafio maior, mas agora permite-nos estar em todo o país, e tirar o melhor de Viseu sem prejudicar o nosso trabalho.

Fale-nos um pouco deste apartamento que, não sendo onde vivem, é tão vosso.

Este projeto foi o exemplo dos pilares do nosso trabalho - pensar, criar e inspirar. Desde o ano passado tem sido o nosso foco: trabalhar a componente, inspirar, dentro daquilo que é o nosso mundo criativo. Eu acho que é aquilo que a nossa formação de melhor nos trouxe foi perceber o poder da criatividade.

projeto de arquitetura
Atelier Artspazios

Este foi o primeiro exemplo de reconhecermos na cidade que há que há gaps, zonas subvalorizadas, e podermos identificar um lugar que tem potencial, e mostrá-lo através daquilo que nós sabemos fazer – pensar e criar. Projetarmos e concretizamos estes dois apartamentos para poder inspirar alguém e mostrar que a qualidade do bem-estar não precisam nem de muita área, nem de materiais que só estejam relacionadas com determinados padrões, quer seja preço ou marca, mas que é possível fazer isso num espaço pequeno.

E isso vai ligar a um tema muito atual da habitação, é possível teres conforto, teres bem-estar, teres, funcionalidade, teres qualidade espacial, num espaço controlado, devidamente pensado, devidamente adequado, seja a posição do sofá, a forma do sofá, a forma da mesa, as cadeiras, a cama. É possível ter um espaço interessante e agradável numa área controlada

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