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Os mediadores imobiliários estão “insatisfeitos e preocupados” com os resultados da aprovação do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019). Para a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), as propostas para a dinamização do arrendamento e promoção de habitação acessível no país ficaram mais uma vez “esquecidas”.

No rescaldo do OE2019, aprovado esta quinta-feira (29 de novembro de 2018) no Parlamento, depois de um mês de análise de debate, a APEMIP veio manifestar a sua insatisfação e preocupação face ao futuro dos portugueses que se encontram “cada vez mais no limbo do ’nem-nem’: nem têm condições para comprar, nem têm condições para arrendar”.

“Vai passar mais um ano sem que nenhuma medida seja tomada para dinamizar o mercado de arrendamento e promover a habitação acessível. E não tenhamos dúvidas de uma coisa: daqui a um ano, os problemas habitacionais serão mais graves do que são agora”, declara o Luís Lima, presidente da associação.

"Daqui a um ano, os problemas habitacionais serão mais graves do que são agora", refere Luís Lima, presidente da APEMIP

Para o representante das imobiliárias “é absolutamente incompreensível” que, perante as dificuldades que jovens e famílias hoje enfrentam no acesso à habitação, “o Governo passe ao lado da questão, ignorando a necessidade de tomar medidas imediatas” que facilitem a dinamização do mercado de arrendamento e do acesso à habitação acessível.

“É inacreditável que continue a existir esta inação”

O dirigente associativo considera que o “mercado tem um problema, que está a deixar de ser só em Lisboa e no Porto”, e que é “inacreditável que continue a existir esta inação”. As medidas que vemos até agora, como o aumento do AIMI, segundo Luís Lima, "só vêm penalizar a procura, em vez de reconhecer a sua importância na criação de riqueza e de valor". Para o responsável há interesses políticos que estão a ser privilegiados em detrimento dos interesses dos jovens e famílias portuguesas.

“Mais uma vez o Estado enterra a cabeça na areia à espera que o problema passe, mas não vai passar. Bem pelo contrário, vai agravar-se. Se as soluções finalmente aparecerem, se é que irão aparecer, poderá ser já muito tarde”, remata.

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