Empréstimo para a casa

a associação portuguesa de seguradoras (aps) defendeu a limitação às famílias em dificuldades do resgate de planos poupança-reforma (ppr) para pagar a prestação da casa, considerando que a lei lesa o estado, ao permitir resgates sem perda de benefícios fiscais.

os portugueses estão a optar cada vez menos por comprar casa, sendo que, segundo dados do instituto nacional de estatística (ine), entre 2000 e 2011 registou-se uma queda de 52% de transacções imobiliárias em portugal.

a banca há muito que está a cortar no crédito à habitação, mas o cenário pode estar a inverter-se.

os deputados aprovaram por unanimidade um requerimento do bloco de esquerda (be) para ouvir várias entidades no parlamento, incluindo associações de consumidores e o banco de portugal (bdp), devido a queixas sobre dificuldades em usar os planos poupança-reforma (ppr) para pagar o crédito à habitação

apesar do ligeiro aumento das taxas euribor verificado nos últimos dias, a mensalidade a pagar ao banco pelo empréstimo concedido para a compra de casa vai baixar 22 euros em fevereiro para as famílias cuja revisão do crédito à habitação ocorra nesse mês.

no ano passado, as prestações da casa pagas pelos portugueses à banca atingiram mínimos históricos, uma tendência que não se deve manter durante muito mais tempo, sendo de esperar que ao longo do ano, sobretudo a partir do segundo trimestre, ocorram subidas graduais nos encargos mensais com o crédit

em dezembro, o valor médio da prestação vencida da casa para a totalidade dos contratos de crédito à habitação fixou-se nos 265 euros, menos três euros que no mês anterior.

os portugueses estão a optar cada vez menos por comprar casa e, quando o fazem, tendem a não pedir empréstimo ao banco, ou seja, investem com capital próprio.

no ano passado, foram entregues 5.500 imóveis aos bancos em dação em pagamento, menos 21% que em 2011.

os bancos têm até terça-feira (dia 15) para fazer o primeiro reporte ao banco de portugal (bdp) sobre o regime extraordinário de crédito à habitação, uma legislação que entrou em vigor a 10 de novembro do ano passado.

em tempo de crise, o custo com a prestação da casa é uma das boas notícias que os portugueses vão tendo. em causa está o facto da factura com o crédito à habitação estar nos níveis mais baixos dos últimos anos. uma tendência, de resto, que se deve manter este ano.

desde o dia 2 de janeiro que é possível recorrer ao resgate antecipado de planos poupança reforma (ppr) para pagar prestações do crédito à habitação sem sofrer penalizações.

a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação bateu um novo mínimo em novembro, fixando-se em 1,701%.

o mercado imobiliário está a atravessar um momento bastante delicado. primeiro porque os bancos fecharam a torneira ao crédito à habitação, pelo que há menos portugueses a comprar casa própria, e depois porque o mercado de arrendamento ainda pratica preços bastante elevados.

a deco – associação portuguesa para a defesa do consumidor aconselhou as famílias a “porem um travão” na contratação de créditos para habitação, já que além dos “spreads” estarem muito elevados as taxas euribor, que por agora andam em mínimos históricos, vão também aumentar.

em outubro, o crédito mal parado ultrapassou pela primeira vez a fasquia dos cinco mil milhões de euros, sendo que é do crédito à habitação que advém boa parte da cobrança duvidosa.

a partir desta segunda-feira (dia 10) os bancos estão proibidos de aumentar o “spread” (margem de lucro) do crédito à habitação das famílias que queiram arrendar a casa ou cujo empréstimo seja renegociado por causa de divórcio.

as taxas euribor renovam consecutivamente mínimos históricos, pelo que a prestação da casa está no nível mais baixo de sempre. mas como a maior parte da mensalidade paga ao banco vai para a amortização do valor em dívida, a despesa em juros é residual.

a bonificação do crédito à habitação vai deixar de abranger os agregados familiares com rendimentos superiores a 25.460 euros por ano, que passará a ser o novo limite máximo para as famílias poderem beneficiar deste regime.

entra esta segunda-feira (dia 12) em vigor o novo regime extraordinário do crédito à habitação, que visa evitar a entrega da casa aos bancos por parte das famílias que se encontrem em situação económica muito difícil.

a caixa geral de depósitos (cgd) teve prejuízos de 130 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

os bancos vão continuar a poder discriminar as condições de financiamento para a compra de casa em função de quem é o proprietário do imóvel, ao contrário do que havia sido afirmado pelos partidos da maioria parlamentar.