Mercado de arrendamento

a associação dos inquilinos lisbonenses (ail) vai pedir a revogação da lei do arrendamento, que entrou em vigor há mais de dois meses – dia 12 de novembro.

a vereadora da habitação e acção social da câmara municipal de lisboa (cml), helena roseta, disse estar preocupada com os efeitos da entrada em vigor da nova lei das rendas nos orçamentos das famílias, temendo que tal situação provoque um aumento de pedidos de casas à autarquia.

todos os dias formam-se longas filas à porta da associação de inquilinos lisbonenses (ail). são muitas as pessoas, sobretudo idosos, que estão aflitas e têm dúvidas relativamente à aplicação da nova lei das rendas, que entrou em vigor a 12 de novembro do ano passado.

depois de ter dado sinais de abrandamento em novembro, o mercado de arrendamento habitacional português voltou a crescer no último mês do ano passado.

a procura de casas para arrendar vai continuar a aumentar este ano, ao contrário da compra de imóveis.

a câmara de lisboa tem, actualmente, 18 imóveis disponíveis para arrendar a valores inferiores aos de mercado e 56 edifícios em venda com pagamento diferido.

o presidente do instituto da habitação e reabilitação urbana (ihru), vítor reis, considera que o organismo que lidera vai ter “saúde financeira” em 2015, depois de ter estado perto de uma ruptura de tesouraria em 2012.

é cada vez mais moroso vender ou arrendar a casa.

comprar casa com o intuito de a vender é um negócio que atrai alguns investidores, mas não é, no entanto, uma actividade assim tão lucrativa, já que na maioria dos casos a rentabilidade anual líquida não ultrapassa, em média, 3 ou 4%, um valor abaixo do retorno mínimo, que se situa nos 5%.

o mercado de arrendamento está a ganhar cada vez mais adeptos em portugal, até porque arrendar casa no país é mais barato hoje que há dois anos.

as rendas em lisboa caíram 1,1% no terceiro trimestre do ano passado, quando comparadas com o mesmo período de 2011.

o presidente da associação dos profissionais e empresas de mediação imobiliária de portugal (apemip) mostrou-se pouco optimista para 2013, adiantando que “o primeiro trimestre será crucial para o país e para o mercado imobiliário”.

três quartos dos portugueses habitam em casa própria e, apesar da actual crise que se vive no sector imobiliário, a maioria das pessoas que arrendam casa preferia, se pudesse, adquirir um imóvel em vez de arrendar.

A Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas, disse, em entrevista ao Correio da Manhã, que a entrada em vigor da nova Lei das Rendas fez com que as rendas baixassem.

os portugueses parecem estar a apostar cada vez mais no mercado de arrendamento, até porque a banca está a dificultar o acesso ao crédito à habitação.

o presidente da confederação portuguesa da construção e imobiliário (cpci), reis campos, considera que o panorama do mercado habitacional nacional é preocupante, já que está “longe de suprir as necessidades efectivas das famílias portuguesas”.

existem no concelho de lisboa 4.273 casas para arrendar, sendo que a maior parte da oferta (25%) encontra-se nas avenidas novas.

a nova lei das rendas entrou em vigor há um mês (dia 12 de novembro), mas pouca coisa parece ter sido alterada no sector. de acordo com a confederação portuguesa de proprietários (cpp), o balanço da aplicação da nova lei do arrendamento é “catastrófico”.

a oferta de casas para arrendar, sobretudo destinadas a um segmento médio e médio baixo da população, aumentou no concelho de setúbal.

chama-se keyzzy e é uma ideia 100% portuguesa. trata-se de um software de gestão de arrendamentos online que visa ajudar os proprietários e gestores de propriedades a organizar de forma simples e automática as tarefas mensais relacionadas com o arrendamento.

o mercado de arrendamento está a ganhar cada vez mais adeptos, apesar de portugal ser um país tradicionalmente de proprietários e não de inquilinos.

o presidente da associação dos profissionais e empresas de mediação imobiliária de portugal (apemip), luís lima, considera difícil saber ao certo quanto representam os imóveis da banca para as imobiliárias, mas adianta que “têm uma dimensão razoável e importante para as empresas de mediação”.

o sector imobiliário está a atravessar uma das piores fases de sempre. a comprovar este facto estão os dados do censos 2011, cujos resultados finais foram divulgados na semana passada.

a ministra da agricultura, do mar, do ambiente e do ordenamento do território, assunção cristas, referiu que a nova lei do arrendamento tem de ser “atentamente vigiada” e que conta com o apoio das universidades para o efeito.