Donos do Terra Nostra investem 7,55 milhões no Convento de Alpendurada

O grupo Bensaude, detentor do Terra Nostra nos Açores, adquiriu o Convento de Alpendurada, em Marco de Canaveses, por 7,55 milhões de euros. Trata-se de um investimento de peso no continente, duas décadas depois da entrada em Lisboa com o Hotel Açores.

De acordo com o Jornal de Negócios, a proposta vencedora ultrapassou o valor-base do leilão por apenas um euro. “A nossa proposta foi de 7.550.001 euros e com este euro a mais conseguimos garantir a compra da propriedade”, afirmou Jorge Aguiar, administrador da Bensaude Turismo, à mesma publicação. A abertura do futuro hotel está prevista para 2027.

O responsável sublinha, em declarações citadas pelo Negócios, que o grupo estava “atento a oportunidades” e via no Douro um destino “onde seria interessante acrescentar valor”. Os 40 hectares do Convento de Alpendurada, com vista para o rio, apresentaram-se como “uma oportunidade única”, com apenas um outro concorrente em licitação, cuja oferta ficou muito aquém.

A prioridade passa por recuperar o património e devolver-lhe o nome original: Mosteiro de Alpendurada. “Olhámos para territórios com que sentimos afinidades e onde pudéssemos acrescentar valor. Já tínhamos estudado a propriedade e quando percebemos que ia a leilão, fomos visitar o espaço”, explicou Jorge Aguiar.

O investimento final não foi revelado, mas o administrador admite que será “relevante e com retorno a médio e longo prazo”. O projeto prevê até 90 empregos, alguns residentes, e poderá ser apoiado pela criação de uma Escola de Hotelaria em Marco de Canaveses.

Vitor Oliveira CC BY-SA 2.0 Creative commons

Nesse sentido, a oferta será posicionada no segmento “premium”, mas sem excesso de volume. “Não vamos ter 150 quartos. Vamos ter entre 60 e 80 unidades de alojamento, e estamos a ponderar desenvolver algumas habitações para ‘villas’ com autonomia e privacidade”. O tripé do projeto será alojamento, gastronomia e bem-estar, com spa e integração de produtos locais, à semelhança do modelo do Terra Nostra.

Para além do hotel, a Bensaude Turismo quer valorizar os 40 hectares de terreno, apostando na agricultura e no potencial do rio Douro. “Temos uma posição dominante relativamente ao rio e inclusivamente um pequeno cais, que vamos recuperar para atividades náuticas”, disse o gestor. A propriedade conta ainda com nascentes, árvores de fruto e potencial para oliveiras e vinha, criando sinergias com a oferta gastronómica.