A pandemia global do coronavírus está a tocar tudo e todos, de uma forma ou outra. As autoridades antecipam um ano de recessão económica global, que contrasta com o momento que se vivia antes do rebentar desta crise mundial de origem sanitária. Em Portugal, por exemplo, nos dois primeiros meses do ano, a banca emprestou perto de 2 mil milhões de euros para a compra de casa - quase o mesmo que em anos como 2012 ou 2013, quando a troika estava no país.
Em fevereiro, sem refletir ainda os efeitos do Covid-19 em Portugal, o valor do novo crédito à habitação gerado no país caiu face a janeiro, mas bem acima de outros momentos de crise. As novas operações de crédito à habitação atingiram os 919 milhões de euros, no segundo mês do ano, de acordo com os dados do Banco de Portugal, revelado esta terça-feira, dia 14 de abril de 2020. Em janeiro, tinham sido concedidos empréstimos para a compra de casa no valor de 977 milhões de euros.
Contabilizando os dois primeiros meses do ano, a concessão de novo crédito para esta finalidade soma 1.896 milhões de euros, correspondendo mesmo ao arranque de ano mais acelerado desde 2008. Falta agora conhecer os dados referentes a março, mês em que foi decretado o estado de emergência em Portugal e implementadas medidas de confinamento.
Crédito ao consumo e empresas a subir
No total, os bancos financiaram, em fevereiro, 1.636 milhões de euros às famílias, um montante ligeiramente inferior aos 1.652 milhões emprestados em janeiro. E, ao contrário do crédito à habitação, que desacelerou face a janeiro, as novas operações de crédito ao consumo aumentaram, tal como mostram os indicadores mais recentes divulgados pelo Banco de Portugal. Foram emprestados 469 milhões de euros, em fevereiro, a particulares dentro desta área, acima dos 460 milhões de euros emprestados no primeiro mês do ano. Já o crédito para outros fins aumentou de 215 para 248 milhões de euros.
Já o crédito a empresas registou um crescimento em fevereiro. Segundo os números do BPStat, as novas operações de crédito dirigidas a sociedades não financeiras atingiu os 2.743 milhões de euros, um valor que compara com os 2.571 milhões de euros em janeiro e com os 2.258 milhões emprestados no período homólogo.
As operações de financiamento superiores a um milhão de euros superou os 1.287 milhões de euros, face aos 1.047 milhões concedidos no arranque do ano. Já os novos financiamentos destinados a empresas de menor dimensão, inferiores a um milhão de euros, situaram-se praticamente no mesmo nível observado um mês antes: 1.457 milhões de euros, contra 1.497 milhões em janeiro.
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