
O negócio do crédito habitação está em alta, mesmo em tempos de pandemia de Covid-19, com a procura por empréstimos para a compra de casa a manter-se em níveis elevados. Um cenário que acontece ao mesmo tempo que o Banco de Portugal (BdP) decidiu fazer novas recomendações a partir de abril, pondo em prática limites de idade mais curtos nos prazos dos empréstimos para a compra de casa. Na rubrica ‘Crédito habitação do mês’ mostramos as principais condições oferecidas por vários bancos e instituições financeiras especialistas na concessão de empréstimos para a compra de casa em Portugal. No mês de fevereiro, falamos sobre a oferta do EuroBic.
O principal destaque da oferta do EuroBic é a solução de taxa variável com spread a partir de 1,10%, bem como o facto da Taxa Anual de Encargos Efetiva Global (TAEG) começar nos 1,2% (com máxima vinculação).
“O EuroBIC não conta com solução de taxa fixa, pelo que o cliente terá mesmo de optar por taxa variável”, referem os especialistas do idealista/créditohabitação.

Financiamento até 90%...
No caso concreto do EuroBic, quem quiser comprar casa com recurso a financiamento bancário pode obter um financiamento até 90% do valor de aquisição ou avaliação do imóvel, o menor dos dois. Isto, recorde-se, para efeitos de crédito habitação para compra de casa própria permanente.
É, de resto, um dos poucos bancos a operar em Portugal que financia até 90% do valor de avaliação, uma vez que várias entidades financiam 90% do valor de compra, mas apenas 80% ou 85% do valor da avaliação.
No que diz respeito ao prazo máximo previsto na concessão de crédito habitação, é de 40 anos, sendo a idade limite de 75 anos. Ou seja, só é possível pedir um empréstimo de 40 anos no caso de se ter até 35 anos.
Novos prazos no crédito habitação em abril
A partir de 1 de abril de 2022, os novos créditos para a compra de casa terão uma maturidade máxima de 40 anos para os clientes bancários com idade igual ou inferior a 30 anos. Já os contratos com clientes com idade superior a 30 anos e inferior ou igual a 35 anos terão um prazo máximo de 37 anos. Por fim, no caso dos mutuários com idade superior a 35 anos, a maturidade máxima do financiamento do banco desce para 35 anos. Estas são as novas recomendações do BdP quanto à maturidade dos créditos habitação.
O objetivo é, segundo o supervisor e regulador bancário, ambicionar “a convergência da maturidade média dos novos contratos de crédito habitação para 30 anos até ao final de 2022”.
De acordo com o BdP, o objetivo é que “as instituições não assumam riscos excessivos na concessão de crédito, de forma a reforçar a resiliência do setor financeiro a potenciais choques adversos, e promover o acesso a financiamento sustentável por parte dos consumidores, minimizando o risco de incumprimento”.

Prego a fundo no crédito habitação
Os dados mais recentes divulgados precisamente pela entidade liderada por Mário Centeno, ex-ministro das Finanças, permitem concluir que recorrer ao banco continua a ser a solução encontrada por muitos portugueses para comprar casa. Em 2021, segundo o BdP, o montante total de crédito habitação concedido aumentou 4,4% face a 2020, sendo preciso recuar até 2010 para encontrar valores semelhantes.
Só em dezembro de 2021, o stock total de empréstimos à habitação era de 96 939 milhões de euros, mais que em novembro (96 574,8 milhões de euros) e no período homólogo (95 041 milhões de euros). Trata-se, de resto, do montante mais elevado deste março de 2016 (97 018,4 milhões de euros).
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