Dívidas com empréstimos habitação subiram 4,44% num ano e atingiram 102.052 milhões em março, mostram dados do BdP.
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Dívidas com a casa
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As famílias portuguesas estão cada vez mais endividadas. É o que mostram os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP) publicados esta quinta-feira, dia 19 de maio: o endividamento dos particulares subiu 3,89% num ano atingindo os 148.876 milhões de euros em março de 2022. E a grande maioria deste valor diz respeito a dívidas com o empréstimo habitação – cerca de 68,5% - que subiram 4,44% num ano, chegando aos 102.052 mil milhões em março, o maior valor dos últimos quatro anos.

Durante a pandemia, as famílias deram gás à compra de casa com recurso ao crédito habitação, ficando assim endividadas. E os que os dados do BdP revelam é que o endividamento das famílias nos empréstimos habitação esteve sempre a subir desde dezembro de 2019 – quando o nível de endividamento estava nos 96.984 mil milhões de euros – até maio de 2021, altura em que atingiu os 100.838 mil milhões.

Logo a seguir, em junho de 2021, verificou-se uma queda abrupta de volta para os 98.956 mil milhões. E, desde então, o endividamento das famílias com o crédito habitação não parou de surgir até atingir os 102.052 mil milhões em março de 2022. Este é mesmo o maior valor dos últimos quatro anos, já que é preciso recuar a novembro de 2016 para encontrar um nível de endividamento com a casa tão elevado (102.083 milhões).

Endividamento com a casa
Endividamento dos particulares no empréstimo da casa Banco de Portugal

Dívidas dos particulares atingem maior valor em 7 anos

As dívidas com a casa são a grande fatia do endividamento dos particulares, que segundo aponta o BdP, “subiu 0,6 mil milhões de euros [em março], principalmente junto do setor financeiro”, atingindo os 148.876 milhões de euros. E é preciso recuar até março de 2014 – ou seja, sete anos – para encontrar um nível de endividamento das famílias tão elevado, de 148.904 milhões de euros.

Também as empresas privadas estão a contrair mais dívidas. “O endividamento das empresas privadas cresceu 2,7 mil milhões de euros, sobretudo junto do exterior e do setor financeiro (1,5 e 1,1 mil milhões de euros, respetivamente)”, lê-se no documento. Em concreto, o nível de endividamento das empresas atingiu os 282.973 milhões de euros em março.

Isto quer dizer que o endividamento do setor privado (empresas privadas e particulares) aumentou 3,3 mil milhões de euros, para 431,8 mil milhões de euros em março.

Dívidas ao banco
Endividamento dos particulares Banco de Portugal

Endividamento do setor não financeiro sobe para 350,6 mil milhões de euros

“O endividamento do setor público (administrações públicas e empresas públicas) aumentou 1,8 mil milhões de euros, para 350,6 mil milhões de euros. Esta subida resultou, sobretudo, no crescimento do endividamento perante o exterior em 0,7 mil milhões de euros, enquanto o endividamento junto do setor financeiro e das administrações públicas cresceu 0,6 mil milhões de euros, em ambos os casos”, diz o regulador liderado por Mário Centeno.

Ao somar todos os tipos de endividamento – ou seja, administrações públicas, empresas e particulares – o BdP conclui que, em março, o endividamento do setor não financeiro aumentou 5,1 mil milhões de euros, para 782,5 mil milhões de euros.

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