Aumento da perceção de risco e perspetivas de mercado estão a endurecer as condições dos empréstimos às famílias e empresas.
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GTRES

No terceiro trimestre de 2022, os bancos da zona euro relataram um “forte aperto dos critérios de crédito para empréstimos a famílias para aquisição de habitação”, de acordo com o inquérito trimestral do Banco Central Europeu (BCE) divulgado esta terça-feira, 25 de outubro de 2022. O BCE indica que 32% dos bancos inquiridos disseram ter tornado as condições dos empréstimos às famílias para a compra de casa mais restritivas (contra 24% no segundo trimestre).

Em causa, diz o BCE, está um aumento da perceção de risco, “decorrente de preocupações com as perspetivas económicas gerais, capacidade de crédito dos mutuários e perspetivas do mercado imobiliário”. Para o quarto trimestre de 2022, de resto, os bancos esperam uma continuação de um aperto “pronunciado” dos critérios de concessão de crédito às famílias para aquisição de habitação ao mesmo ritmo do terceiro trimestre.

Recorde-se que o BCE começou a aumentar as taxas de juro em julho pela primeira vez em onze anos e voltou a aumentá-las em setembro, elevando-as para 1,25%. Voltará a reunir-se na quinta-feira, dia 27 de outubro, para decidir sobre um novo aumento do preço do dinheiro, em 75 pontos base, segundo as previsões dos mercados, para conter a inflação de quase 10% na zona euro.

Com o aumento das taxas de juro, os custos de financiamento dos bancos e a sua situação do balanço também tiveram impacto no aperto das condições de concessão de empréstimos às empresas. Segundo o inquérito do BCE, os bancos tornaram mais rigorosos os seus padrões de empréstimo às empresas "num contexto de abrandamento económico e de crescentes receios de recessão”.

“A Banca tem um papel fundamental para o funcionamento da economia e por sua vez na consciencialização dos sujeitos quanto ao acesso coerente e ponderado ao financiamento”, comenta Miguel Cabrita, responsável do idealista/créditohabitação em Portugal. “Inevitavelmente, a subida das taxas de juro e a incerteza da evolução da economia no curto prazo, conduz a que as instituição tenham a obrigação de uma análise responsável na concessão de crédito tanto para empresas como famílias”, acrescenta o especialista.

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