
Todos os meses, o Banco Central Europeu (BCE) questiona os residentes sobre as suas expectativas e perceções relativas ao mercado de habitação e ao acesso ao crédito. E, no inquérito de julho, os europeus revelaram, em termos gerais, manter as suas expectativas quanto ao funcionamento do mercado. Quer de isto dizer que continuam a acreditar que os preços das casas podem subir 2,1% no próximo ano, que as taxas de juros no crédito habitação podem chegar a 5% e dizem sentir que o acesso ao crédito está mais difícil.
Uma das questões colocadas no Inquérito às Expectativas dos Consumidores (CES), relativos ao mercado de habitação e ao acesso ao crédito de julho, diz respeito aos preços das habitações: “Se a tua casa fosse vendida daqui a 12 meses, como iria evoluir o preço?” Os resultados sugerem que, em julho, quase metade dos inquiridos admite que a sua casa seria vendida por um preço superior ao atual. Já menos de um quinto dos participantes acredita que a sua casa poderia ser vendida daqui a um ano com desconto (por um preço inferior ao atual).
Em termos quantitativos, em julho, “os consumidores esperavam que o preço das suas casas aumentasse 2,1% nos próximos 12 meses, um valor inalterado desde maio de 2023”, refere o documento publicado esta terça-feira, dia 5 de setembro.

Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal
Juros devem chegar aos 5% - e acesso ao crédito está pior
Quanto às expectativas das taxas de juro nos créditos habitação nos próximos 12 meses, os europeus acreditam que os juros aumentem para 5,1% (apenas mais 0,1 ponto percentuais face a junho), indica a mesma publicação.
Em relação ao acesso ao crédito (habitação, empréstimos pessoais, automóveis, entre outros), mais de 35% dos inquiridos diz que agora é mais difícil obter empréstimos do que há 12 meses. E só 10% diz que está mais fácil agora aceder ao crédito. Quanto ao futuro, menos de 10% dos europeus continua a acreditar que o acesso ao crédito vai ser mais fácil daqui a um ano, enquanto 32% diz esperar um acesso mais dificultado.
O que os dados também dizem é que face a junho, a perceção de acesso ao crédito ao longo dos últimos 12 meses piorou, ainda que ligeiramente. Já as expectativas quanto ao acesso ao crédito ao longo do próximo ano melhoraram um pouco.
De notar que houve mais europeus a reportar ter pedido crédito nos últimos três meses: aumentou para 14,8% em julho, face a 13,4% em abril, o valor mais elevado desde outubro de 2020. “Isto reflete um aumento em novos pedidos de crédito comunicados por inquiridos mais jovens (com idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos)”, concluem.

Para poder comentar deves entrar na tua conta