Para o total dos contratos, a taxa de juro chegou aos 4,089% em agosto, o valor mais elevado desde março de 2009, diz INE.
Comentários: 0
Prestação da casa a subir
Foto de RDNE Stock project no Pexels

A subida da Euribor a todo o vapor nos últimos dois anos agravou as taxas de juro e as prestações da casa da maioria das famílias que contrataram crédito habitação em Portugal, uma vez que a taxa variável representa quase 90% do total dos contratos. Agora, o Instituto Nacional de Estatística (INE) relevou qual é a dimensão dessa subida: as taxas de juro implícitas aumentaram para 4,089% em agosto de 2023, o valor mais elevado desde março de 2009. E a prestação da casa média fixou-se em 379 euros, refletindo uma subida superior a 41% em apenas um ano.

Uma vez mais, a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito habitação voltou a aumentar, tendo ultrapassado a barreira dos 4%. Fixou-se em 4,089% em agosto, o valor mais elevado desde março de 2009, traduzindo uma subida de 21,1 pontos base (p.b.) face a julho (3,878%), destaca o INE no boletim publicado esta terça-feira, dia 19 de setembro.

De notar ainda que “para o destino de financiamento aquisição de habitação, o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu para 4,067% (+20,9 p.b. face a julho)”, revela a mesma publicação. Também este é o maior valor observado desde março de 2009.

Com os juros a subir mês após mês, também a prestação da casa tem vindo a aumentar. Em concreto, a prestação média fixou-se em 379 euros em agosto, mais 9 euros que em julho. Face a agosto de 2022, a prestação da casa aumentou 111 euros, ou seja, +41,4% em apenas 12 meses.

Dos 379 euros de prestação média, 216 euros (57%) correspondem a pagamento de juros e 163 euros (43%) a capital amortizado (ver gráfico 2) – em agosto de 2022, a componente de juros representava apenas 19% do valor médio da prestação (268 euros), destaca o instituto.

O que o INE também diz é que, em agosto, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 185 euros face ao mês anterior, fixando-se em 63.740 euros.

Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal.

Juros, prestações e capital em dívida são superiores nos contratos mais recentes

Analisando à lupa os contratos de crédito habitação celebrados nos últimos três meses, conclui-se que estes empréstimos são contratados com juros superiores, prestações mais elevadas e um capital em dívida também maior do que para a totalidade dos contratos.

Portanto, a taxa de juro subiu para 4,331% em agosto, o valor mais elevado desde abril de 2012 (em julho foi de 4,173%). E “para destino de aquisição de habitação, a taxa de juro subiu 15,9 p.b. face ao mês anterior, fixando-se em 4,320%”, explicam ainda.

Nestes contratos mais recentes o valor médio da prestação da casa foi de 623 euros em agosto, mais 19 euros face a julho. Em comparação com agosto de 2022, a prestação da casa subiu 40%.

Também aqui o montante médio em dívida é superior face ao total dos contratos, muito devido aos elevados preços das casas e dificuldades de acesso ao crédito habitação. Segundo o INE, o montante médio em dívida foi 122.964 euros para os contratos celebrados nos últimos três meses, menos 134 euros que em julho.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta