
As famílias continuam a recorrer ao financiamento bancário para comprar casa, apesar do clima macroeconómico instável e das elevadas taxas de juro. É isso mesmo que mostram os dados do Banco de Portugal (BdP) esta quarta-feira publicados: o montante dos novos empréstimos habitação subiu em agosto face a julho para 1.728 milhões de euros. E, agora, estas famílias estão a contratar empréstimos habitação de forma diferente, já que a maioria recorre à taxa mista ao invés da variável. Em resultado destas escolhas, a taxa de juro média no crédito da casa caiu pela primeira vez desde 2022 para 4,23% em agosto.
Apesar de ter recuado nos últimos meses, o montante dos novos empréstimos habitação voltou a ganhar fôlego no passado mês de agosto. O regulador liderado por Mário Centeno revela que este montante subiu 145 milhões de euros face a julho, atingindo os 1.728 milhões de euros. Também foram concedidos mais 541 milhões de euros em agosto de 2023 face a agosto do ano passado.
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Taxa de juro média desce nos novos empréstimos da casa
O que também salta à vista é que a “a taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação caiu, pela primeira vez, desde janeiro de 2022, situando-se em 4,23% em agosto (4,24% em julho)”, refere o BdP no boletim publicado esta quarta-feira (dia 4 de outubro). Há um ano a taxa média era menos de metade (2,01%).
A explicar esta ligeira descida dos juros poderá estar a escolha do tipo de taxas nos créditos habitação própria e permanente, que está a mudar. Se durante 2022 e a primeira metade de 2023, a taxa variável – e indexada à Euribor – era a mais escolhida, agora as famílias estão a optar por taxas mistas. “Em agosto, os novos empréstimos à habitação com taxa mista (isto é, empréstimos com taxa de juro fixa num período inicial do contrato, seguido de um período em que a taxa de juro é variável) representaram 51% do total de novos empréstimos à habitação” explicam. Já a taxa fixa representou apenas 8% dos novos empréstimos e a taxa variável 41%.
Mas considerando stock de empréstimos para habitação própria permanente – e não só os novos contratos –, observa-se que a prestação média mensal aumentou 7 euros em agosto, fixando-se nos 407 euros, uma subida em linha com a verificada em julho. Já comparando com agosto de 2022, a prestação da casa aumentou 108 euros.
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