Bancos já renegociaram milhares de créditos habitação no âmbito do PARI, que não podem agora ter desconto na prestação.
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Fixar a prestação da casa
Foto de Michael Burrows no Pexels

Há uma nova medida desenhada pelo Governo de António Costa para mitigar os efeitos da subida dos juros nas prestações da casa. Trata-se da medida de fixação da prestação, que vem dar um desconto de 30% da Euribor durante dois anos. Mas para aceder a este apoio é preciso cumprir uma série de critérios. Desde logo, quem pediu para renegociar o crédito habitação pelo Plano de Ação para o Risco de Incumprimento (PARI) fica fora do apoio.

A partir do próximo dia 2 de novembro até ao fim de março de 2024, os mutuários de contratos de crédito habitação – para a compra construção ou obras em habitação própria permanente - podem pedir ao banco para rever a prestação da casa, “fixando o respetivo valor naquele que resultar da aplicação do indexante que corresponder a 70% da Euribor a 6 meses”, lê-se no Decreto-lei n.º 91/2023. E a diferença entre o valor devido e o efetivamente pago em resultado da fixação, terá se ser paga depois, sem que haja qualquer comissão ou encargo para a família.

A questão é que nem todos os mutuários com crédito habitação podem pedir para congelar a taxa de juro. Os contratos elegíveis devem ter sido selados até 15 de março de 2023 e devem de ser a taxa de juro variável (ou taxa mista em período variável), tal como explicamos neste guia preparado pelo idealista/news.

Também salta à vista é há uma série de requisitos que excluem os potenciais beneficiários da fixação da prestação da casa, de acordo com o diploma:

  • não podem estar em mora ou incumprimento de prestações da casa;
  • mutuários em insolvência estão fora do apoio;
  • não podem estar em processo de renegociação no âmbito do PARI ou do Procedimento Extrajudicial de Regularização de situações de Incumprimento (PERSI).

Isto quer dizer que quem tiver prestações da casa em atraso ou esteja a renegociar o crédito habitação pelo PARI ou PERSI não pode pedir ao banco para fixar a prestação da casa. Em causa estão milhares de contratos de crédito habitação. Tal como noticiou o idealista/news em julho, há cada vez mais famílias a renegociar os empréstimos. Só no primeiro semestre de 2023, os cinco maiores bancos a operar em Portugal levaram a cabo 62.600 renegociações de contratos de empréstimos habitação, sobretudo, pelas regras do PARI. Este número será hoje superior.

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