Montante total de empréstimos da casa foi de 99 mil milhões de euros em outubro, o menor valor desde maio de 2022.
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Crédito habitação em Portugal
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A procura por crédito habitação está a abrandar em 2023, por via da perda de poder de compra, a par da subida dos juros e do contexto macroeconómico incerto. E também há cada vez mais famílias a avançar com amortizações antecipadas dos seus empréstimos da casa, aproveitando a suspensão da comissão (e não só). Os resultados destas tendências estão bem à vista: o valor total de créditos habitação em Portugal está a descer há dez meses seguidos, registando em outubro o menor valor desde maio de 2022.

Os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP) esta terça-feira divulgados, revelam que “o montante total de empréstimos para habitação era de 99,0 mil milhões de euros em outubro, menos 0,2 mil milhões do que em setembro (-0,16%).” Face a outubro de 2022, esta descida do stock total de crédito habitação foi de 1,0%, a maior queda anual desde março de 2018.

Isto quer dizer que o valor total de créditos habitação em Portugal está a cair há dez meses consecutivos (desde janeiro até outubro), culminando no menor valor registado desde maio de 2022 (de 98,7 mil milhões de euros).

Há dois motivos principais que explicam esta queda do montante total de empréstimo habitação em Portugal, aponta o regulador português. “Este decréscimo reflete, por um lado, o aumento das amortizações antecipadas e, por outro, o abrandamento na procura de crédito à habitação”, derivado do aumento dos juros, da perda de poder de compra e menor confiança no mercado.

Como o aumento das taxas de juro está a agravar o valor dos empréstimos, muitas famílias têm decidido usar poupanças para amortizar antecipadamente créditos (parcial ou totalmente) poupando assim no valor a pagar em juros. Além disso, há hoje apoios do Governo para o fazer, como é o caso da suspensão da comissão de amortização antecipada para créditos habitação de taxa variável e ainda a possibilidade de resgatar poupanças dos Planos de Poupança e Reforma (PPR) para amortizar os créditos, sem quaisquer penalizações. E já se sabe que as duas medidas vão continuar em vigor até ao final de 2024.

Crédito ao consumo abranda, mas não cai

Por outro lado, tem-se verificado que a concessão do crédito ao consumo continua a abrandar. Os dados do BdP revelam que os empréstimos ao consumo atingiram 21,1 mil milhões de euros em outubro, mais 0,1 mil milhões do que em setembro. Estes empréstimos aumentaram 3,5% em termos anuais (3,1% em setembro). Já em outubro do ano passado, a subida anual foi de 5,9%.

Em resultado, o montante total de empréstimos a particulares – que inclui habitação e ao consumo e para outros fins - registou um decréscimo em termos anuais (-0,4%) em outubro de 2023, pelo segundo mês consecutivo.

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