Prestações da casa não descem na mesma proporção. Capital em dívida continua a aumentar, revela INE.
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Juros no crédito habitação
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O custo dos créditos habitação em Portugal pesam cada vez menos nos salários das famílias. Em fevereiro, os juros na habitação voltaram a cair para 3,830%, menos 15,4 pontos base (p.b.) face ao mês anterior. Esta é a reação das taxas de juro no conjunto de empréstimos da casa às recentes descidas da Euribor e à contratação de créditos a taxas mistas mais acessíveis.

“A taxa de juro implícita no crédito à habitação desceu para 3,830%, valor inferior em 15,4 p.b. face ao registado no mês anterior, acumulando uma redução de 82,7 p.b. desde o máximo atingido em janeiro de 2024 (4,657%)”, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) no boletim publicado esta quarta-feira, dia 19 de março.

Também os juros no total de créditos destinados à compra de casa caíram para 3,806% em janeiro, menos 14,4 p.b. face ao mês anterior, indica ainda.

Mas esta nova descida dos juros não se refletiu na prestação da casa. Isto porque a prestação média fixou-se em 400 euros em fevereiro, representando uma subida de 1 euro face ao mês anterior. Em relação há um ano, a prestação da casa diminuiu apenas três euros. Do valor total da prestação, os juros continuam a ter o maior peso:

  • Juros: 221 euros (55% do total);
  • Capital amortizado: 179 euros (45%).

Os dados mais recentes do INE revelam, portanto, que a prestação da casa não está a descer à medida que caem os juros. E isto pode estar relacionado com o aumento do capital médio em dívida, que para a totalidade dos créditos habitação aumentou 560 euros num mês, atingindo 69.512 euros em fevereiro. Isto acontece porque, afinal, com os juros mais baixos as famílias têm mais margem para pedir empréstimos de montantes mais elevados para comprar casas mais caras.

Novos créditos habitação: juros subiram ligeiramente 

As recentes descidas da Euribor e a contração de taxas mistas mais acessíveis nos últimos meses refletem-se mais nos juros dos créditos habitação contratados recentemente, que estão mais baixos. 

Mas o INE deu conta que nos empréstimos celebrados entre dezembro e fevereiro, “a taxa de juro fixou-se em 3,200%, 3,1 p.b. superior à taxa observada no mês precedente, registando-se uma diminuição acumulada de 118,0 p.b. desde o máximo atingido em outubro de 2023”. O mesmo se observou nos créditos destinados à aquisição de habitação, com os juros a subir 2,9 p.b. num mês para 3,191%.

Assim, o valor médio da prestação da casa acabou por subir 21 euros, para 622 euros em fevereiro, o que corresponde a uma descida de 1,0% em termos homólogos.

Também o crescimento do capital médio em dívida pode estar por detrás deste aumento da prestação. “Para os contratos celebrados nos últimos 3 meses, o montante médio em dívida foi 141.017 euros, mais 289 euros que em janeiro”, referiu o instituto na mesma publicação.

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